segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O melhor sonho. Capítulo 2. parte 3

Dizer que aquela noite foi perfeita seria uma ofensa. Após ser deixada pelo Kurt na porta de meu quarto e de receber um caloroso beijo de despedida, fui bombardeada de perguntas feitas pelas minhas queridas amigas. Depois de ser interrompida por milhares de 'que fofo', 'ah, vocês formam um casal perfeito', terminei de contar o que havia acontecido e adormeci facilmente. O que também aconteceu durante toda a viagem de volta. Infelizmente tivemos que voltar um dia depois.

- Quero só ver todas aquelas piriguetes que se jogavam para cima do Kurt quando elas souberem disso. - Paula começou.
- É, mesmo cara. Elas vão te matar, amiga. - Flora concordou, enquanto eu pegava as chaves do carro. Revirei os olhos, mas quando fui falar minha querida prima me interrompeu.
- Parem de enrolar ! Não quero perder o jogo do meu Thiago. - Ana berrou impaciente, já do lado de fora da casa.

O nosso colégio hoje teria um jogo de futebol contra o The Middle College High School, esse foi o motivo responsável por ter me feito dizer adeus à Genebra tão cedo.
Ok, sem dramas. Só por hoje.
Pelo fato de o jogo ser às 14:33, optei por usar um short jeans curto, minhas sandálias gladiadoras da Melissa, uma bolsa laranja, meu óculos de sol de uma das minhas grifes favoritas e uma blusinha meiga preta. Minhas amigas não estavam diferentes de mim.

- Abriram a porta do galinheiro. Céus. - Paula falou, após ver o quanto de menina oferecida estava naquele lugar, fazendo com nós todas rissemos. Por pura sorte, ou não - vai saber -, conseguimos um lugar na primeira fila. Abaixo do 'fã-clube' do Kurt e do Thiago, ao direito das meninas doidas pelo Arthur e ao lado esquerdo do fã-clube do Joey. Resumindo, estávamos rodiadas de meninas oferecidas e vulgares.
- Dai-me paciência para aguentar tanta futilidade. - Ana Juli falou.
- Se alguma delas der em cima do MEU Joey... - Flora falou em um tom ameaçador, deixando a frase morrer no momento em que os meninos - de ambos os colégios - entraram em campo.
- Ai... - Ana começou.
- Meu... - Flora
- Deus.
- Morri e fui para o céu. - a Paula falou afobada, fazendo com que eu e as meninas rissemos.

Olhar não arranca pedaço, certo ? Até porque o Kurt também estava ali, então eu poderia estar muito bem olhando para ele. Não que isso fosse uma completa mentira... Nem uma completa verdade.

- O jogo vai começar, senta logo Bia. - Ana Juli falou e eu obedeci, com os olhos ainda no campo.

Percebi que o Kurt estava procurando algo - ou alguém - com o olhar. Seria egocentrismo meu pensar que ele queria me encontrar ?
Se for, deixou de ser a partir do momento em que nossos olhares se cruzaram e ele me mandou aquele sorriso lindo de morrer.

- AAAH, voce viu ? O Kurt sorriu para mim, ele sorriu para mim. - alguma menina atrás de nós quatro berrava atraindo atenção para algo que nem foi realmente para ela.
- Tudo bem, ninguém sabe que a namorada dele está aqui mesmo. Ainda. - falei com desdém para as meninas e prestando atenção no jogo.

Na verdade tentando. Futebol era um esporte que eu sempre assistia, mas não pelo jogo em si. Afinal, são só 22 homens correndo de um lado para o outro atrás de uma bola e tentando fazer gol. Vocês, meninas, sabem muito bem do que eu estou falando. Um porquê bem melhor do que o jogo em si, é ver o Kaká jogando, ou então o Cristiano Ronaldo, o Alexandre Pato...
Tudo bem que aqui não tinha nenhum desses jogadores gatos, mas tinham os garotos mais bonitos dos dois colégios mais tradicionais do Texas. Com a camisa colando naqueles tanquinhos suados e super bem definidos, com as maçãs do rosto vermelhas, os cabelos grudados na testa e bagunçados de forma extremamente sexy. E olha que tudo ! Um deles era o meu namorado.

- Vaai Kurtzinho. - menina oferecida 1.
- Se a gente ganhar hoje, o Kurt não perde por esperar na festa da vitória. - menina oferecida 2, que me irritou.
- Ele vai fazer um gol para mim. - menina oferecida 3, que me irritou mais do que a menina oferecida 2.

É claro que era um saco ficar ouvindo esse tipo de coisa sobre o meu namorado, mas admito que era bastante engraçado ver a cara das meninas quando ouviam falar sobre o Joey e/ou sobre o Thiago também.
Minha vontade de zoar com a cara da Ana e da Flora, foi interrompida com os gritos vindo da arquibancada em que eu estava. Mesmo não prestando atenção no jogo, sabia que o nosso colégio estava perto de fazer um gol. Desviei minha atenção de minhas amigas e virei para o campo, no momento em que o Kurt chutou para o gol. Um segundo de tensão até ver a bola branca balançar a rede adversária.
Todos gritaram. As meninas atrás de mim gritaram.
E gritaram mais ainda quando viram o Kurt vir em nossa direção e formar um coração com as mãos.

- Foi para mim !
- Não foi para mim,
- É claro que foi para mim, suas idiotas.

Essas meninas pareciam estar distantes de mim agora, porque suas frases estavam. Eu só ouvia murmurios, porque não importava o que estavam dizendo. Aquele coração havia sido para mim.
E eu tinha certeza disso.

- Será que vai demorar muito ? - Paula me perguntou pela milésima vez. O jogo estava empatado. 3x3, um gol do Kurt, outro do Thiago e do Arthur. Não sei quem fez os do outro time, só entendi algo como Richard, já que o meu colégio estava preocupado em vaiar o adversário.
- Não sei, deve estar acabando já. - dei a mesma resposta de antes.
- Ah, vocês viram ? O Thiago foi tão fofo, ele fez o nosso gesto. - Ana Juli não parava de falar sobre a dedicação do gol do . Para ela claro, um beijo na mão, pondo a mesma no coração e em seguida apontando para nossa direção. Repetia a mesma coisa, toda vez que ele tocava na bola e com um super ar de apaixonado.
- O Joey tinha que ser o goleiro, né ? Nem um gol decente ele pode fazer para dedicar para mim, que sorte. - Flora reclamava, usando todo sarcasmo que lhe restava, da escolha do namorado.

E eu ? Bom... Eu não falava nada, nem a Paula. As meninas atrás da gente do fã-clube do Kurt não paravam de dizer o quanto ele era sexy, o quanto ele estava gostoso com a camisa definindo o seu tanque, o quanto elas queriam ele e blá blá blá. Eu não ligava.
Não ligava mesmo.
Mas ok, já tinha passado dos limites e aquilo estava me irritando. Muito. Era do MEU namorado que elas estavam falando.

- Sabe, não sei... - ia começar a falar com a Paula, quando minha frase se perdeu no meio dos gritos de nossa arquibancada. Opa, gol a caminho.

Me levantei, assim como todo mundo havia feito e percebi que o Thiago estava indo em direção ao gol com a bola nos pés. Boa, Ana. Vai ganhar outro gol.
Ele estava quase de frente para o goleiro, quando dois jogadores do outro colégio surgiram do nada, obrigando-o a passar a bola para o irmão que estava do outro lado do campo. E foi aí que a mágica aconteceu. Ok, apaga o mágica.
Kurt pegou a bola do irmão no peito, com maestria e a mesma parecia dançar por entre seus pés. Ele chutou para o gol do lado direito do campo, por estar marcado por dois. A bola foi girando no ar e passou a poucos centímetros do dedo médio do golero estranho do The Middle.
Comemorações, pulos, provocações. Eu teria notado tudo isso, se o meu namorado não estivesse vindo na minha direção com aquele sorriso que me deixava completamente maluca.
Os suspiros e gritos agudos das meninas perto de mim não teriam passados despercebidos se ele não estivesse parado em minha frente nesse momento.

- Para você. - ele falou simplesmente, antes de segurar meu rosto e me dar um selinho demorado.

Eu provavelmente estava com uma cara de boba apaixonada e um sorriso maior que o mundo. As meninas falaram um 'que lindo', que fora abafado pelos gritos indignados das meninas
atrás e do lado da gente.

- O que ?
- O quê que a novata está fazendo com o meu Kurt ?
- Como ela se atreve ? O Kurt é meu. M-E-U.
- Ele só pode ter pirado !
- Não pode ser !
- Isso é uma alucinação da minha linda cabecinha. Só pode !

E foi assim até o final do jogo, mas eu não liguei. Realmente não liguei.
Quando o juíz apitou, avisando sobre o fim, todas as meninas de nossa arquibancada correram para o campo. É claro que eu e as meninas também fomos.

- Que comece o show. - Flora murmurou para a gente.
- Foi realmente um prazer te conhecer, amiga. - Paula me deu um abraço dramático e eu me limitei a rir.

Fomos esbarrando com a multidão, até encontrar os Harcourt - que estavam cercados de meninas. Kurt se esquivou delas e veio em minha direção para me dar um abraço. Todas, e quando eu digo todas são realmente todas, as meninas do colégio que estavam ali no campo me olharam de cima a baixo, de uma forma completamente assustadora. Será que eu teria uma morte rápida na mão dessas maníacas ?
Tá legal, Bia. Se concentra no seu namorado lindo que está vindo em sua direção, completamente suado e com a intenção de te abraçar.

- Ew, você tá suado. Saaai. - falei tentando me livrar de seus braços, incrivelmente fortes. Em vão, devo dizer.
- Bom... - um selinho - Saber... - outro - Que você... - mais um - Tem nojo de mim.

Então os selinhos viraram um beijo. Um beijo quente, demorado e invejado.
Suas mãos estavam em torno de minha cintura, enquanto as minhas estavam em seu peito nu - sim, ele havia tirado a camisa. Sorri durante o beijo ao ouvir as meninas bufarem de raiva. Mordi seu lábio inferior e puxei, terminando o beijo com um leve selinho.

- Mais uma peguete, Kurtzinho ? - uma das minhas que estavam atrás de mim, na arquibancada, falou sem se importar com a minha presença.
- Não, essa daqui é a minha namorada. - ele falou e eu o olhei, sorrindo.
- Na-namorada ? - a outra falou, visivelmente ern... Assustada e triste.
- Sim, namorada.
- Desde quando ? Eu não acredito que eu não sabia disso. - Susy, a menina mais fofoqueira da escola, falou.
- Desde Genebra. - ele falou.
- Então, mais uma que você está pegando, Kurt ? - Veh, que surgiu não sei daonde, perguntou.
- Não, a primeira que eu estou amando. - ele disse com ar e cara de apaixonado, o que fez aquela vaca bufar e as outras - incluindo eu - soltaram um 'ooown'. Mas é claro que elas não puderam beijá-lo da forma que eu fiz.

Ficamos mais alguns minutos ali no campo, enquanto eles resolviam os últimos detalhes da festa de mais tarde.

- Onde vai ser a festa ? - Paula perguntou animada.
- Na casa da Veh. - Thiago respondeu olhando para mim e eu fiz uma careta.
- Você vai, não é ? - Kurt me perguntou. Não, eu queria responder.
- Claro que vou.

Eu queria dizer que não, que preferia ficar com ele em casa, assistindo um filme, só nós dois, debaixo dos cobertores e trocando beijos apaixonados. Mas eu também não queria desanimá-lo. Ele estava tão alegre com a ideia da festa de uma vitória que ele havia conseguido.
Eu não iria iportuná-lo com a porcaria do meu sexto-sentido que dizia que não era uma boa ideia, eu não iria deixar a Veh estragar a minha noite, eu não iria deixar aquelas meninas me intimidarem só porque elas queriam estar com o MEU namorado.
Eu iria curtir. Me divertir.




O sol quente já havia dado lugar à uma noite sem estrelas. O céu estava completamente nublado e não havia dúvidas de que choveria naquela noite. Nós quatro estávamos acabando de nos arrumar, já devia ser quase dez horas e os Harcourt passariam aqui em cinco minutos mais ou menos.
Eu estava animada, um pouco na verdade. Era a minha primeira festa ali, eu deveria estar animada. Eu queria estar, mas aquela vozinha chata na minha cabeça não me deixava em paz, me perturbava toda hora dizendo que algo daria errado naquela festa.
O melhor a fazer ? Ignorar. E era isso que eu estava tentando fazer a partir do momento em que eu desci as escadas da minha casa e parei meu olhar no Kurt.
Ele estava lindo, simplesmente lindo. Camisa social de manga comprida branca com os dois primeiros botões abertos, calça jeans colada - daquelas que te deixa babando, se é que me entende - e um all star. Seus irmãos também estavam lindos, mas eu não reparei muito neles. Tenho certeza que a Ana e a Flora estavam fazendo isso por mim.

- Vocês estão lindas. - os três falaram em coro. Nós nos limitamos a rir.
- Obrigada. - falamos em coro também, um pouco acanhadas.

Eu estava usando um vestido roxo, preso no pescoço com um pequeno decote nos seios, acima do joelho, balonê. Minhas sandálias de salto tamanho 10, de tiras e prateada da Miu Miu estavam combinando com o cordão de prata Tiffany's brilhando em meu pescoço. O cordão havia sido presente do meu irmão, ele me deu quando eu fiz doze anos e dentro do pingente de coração prata havia duas fotos. Uma minha e outra dele, escrito 'Forever'. Peguei as pulseiras - também de prata - da Flora e as argolas de diamante da Ana. Meus cabelos estavam lisos e minha make fraca, reforçando o meu olhar.
A Ana estava usando uma batinha branca com detalhes pretos, saia jeans e uma bota preta sem salto. Flora escolheu usar uma calça skinny preta, scarpin vermelho e uma blusa larguinha de um ombro preta com um cinto vermelho marcando sua cintura. Paula, assim como eu, também usava um vestido, só que preto e transparente em lugares estratégicos com um Christian Laboutin altérrimo e preto da Ana Juli.

- Então, vamos ? - Thiago falou e eu, como de costume, fui pegar a chave do meu beatle.
- Não. - Kurt começou a falar e me segurou para que eu não andasse mais - Hoje nós vamos dirigir.

Dois carros estavam nos esperando do lado de fora da minha casa. Uma Mercedes preta, dirigida pelo Kurt e uma BMW prata, que era do Joey.
Eu fui entre a minha prima e a Paula no banco de trás do carro do Kurt, enquanto o Thiago foi no banco do passageiro. Joey e Flora foram sozinhos.
Ok, juro que vou tentar evitar que a minha mente pense besteiras sobre isso.

- I'M A SLAAAAAAAVE FOR YOOOOU. I CAN NOT HOOOOLD IT, I CANN NOOT CONTROOOOL IT... - eu e as meninas íamos berrando a música da diva Brit que tocava na rádio em uma espécie de flashback - ou sei lá o quê - até que o Thiago trocou de estação acabando com a nossa festa.
- Muito melhor assim. - Kurt disse.
- Hey. Não foi você que falou que a minha voz era de um anjo ? Era para estar gostando, senhor Kurt. - falei brincando e dei um tapa de leve em sua cabeça.
- E é, amorzinho. Mas não cantando Britney Spears.
- Eu pensei que você fosse fã dela. - Thiago falou olhando confuso para ele.
- Eu sou.
- Então por que está reclamando da gente, retardado ? - a sutileza em pessoa - vulgo, Ana Juli Montagner - falou.
- Britney é Britney.
- Ok, sua explicação não esclareceu nada. Será que... - Paula começou a falar e eu sabia que aquilo terminaria em uma longa e cansativa explicação sobre o quanto nós devemos ser diretos ao nos expressarmos. Resolvi interromper.
- OLHA, A GENTE CHEGOU.
- Não precisava gritar, Bia. A gente viu. - Ana falou revirando os olhos. Dei de ombros e fui saindo do carro, assim como todo mundo.

Aquela era uma legítima festa americana. Com pessoas se agarrando no gramado de entrada, com uma casa realmente gigante e bonita, com o som alto, bebida rolando de graça, luzes piscando e algumas outras pessoas praticamente se comendo no corredor.
Assim que a gente passou pela porta da frente - o Kurt estava segurando minha mão - todo mundo parou para olhar para gente.
Quando eu digo todo mundo, eu quero dizer todas as meninas que têm uma super queda pelo Kurt e seus irmãos. Ah, sem esquecer dos meninos que olhavam para mim como se eu fosse o melhor pedaço de carne de uma vitrine de algum açougue chique.
Aqueles olhares estavam me encomodando. Muito, devo dizer.

- Se o olhar dessas meninas matasse, eu já estaria até enterrada. - murmurei inconformada para a Flora, que estava ao meu lado.
- Sorria amiga. Você tem o que elas querem e nunca vão ter. - ela falou divertida, piscando para mim e logo depois saindo com o Joey.
- Vamos dançar ? - Kurt virou para mim, após todo mundo sair de perto da gente. Alguns olhares permaneceram em nós.
- Já aviso que eu não danço muito bem. - falei enquanto ele me arrastava, literalmente, para a pista.
- Impossível. - ele falou no meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse.

O som estava muito alto, qualquer conversa teria que ser feita ao pé do ouvido ou então aos berros. Nós dois preferimos nos concentrar na dança, pela primeira vez desde que eu havia chegado ali, parei para prestar atenção na música que tocava.
Just Dance, Lady Gaga.
Fechei meus olhos, para espantar a vergonha, comecei a dançar e aos poucos fui me soltando. Seguindo o 'conselho' da música, eu estava apenas... Dançando. Sem me importar com mais ninguém, sem ter vergonha. Abri os olhos e encarei o Kurt. Ele estava sorrindo para mim, sorri de volta e fui me aproximando dele.

- A gatinha tá acompanhada ? - ele falou em um tom divertido, quando me segurou pela cintura e aproximou nossos corpos.
- Parece que agora estou. - falei em seu ouvido, provocante. Vi que ele se arrepiou.

Nada mais foi dito, ele porque estava ocupado beijando meu pescoço e eu porque havia entrado em uma espécie de transe, sentindo aqueles lábios macios roçarem pela minha pele.
Parecia uma tortura, ele estava me torturando. Como em tão pouco tempo ele já descobriu o meu ponto fraco ?
Minha boca pedia, implorava, clamava pela dele.
Aos poucos, Joey foi subindo seus beijos. Minhas bochechas, minha testa, meu nariz e, finalmente, a minha boca. Parecia que ele adorava traçar esse caminho quase todas as vezes que me beijava. E isso me enlouquecia.
Não exitei nem um pouco ao sentir a língua dele em meus lábios, pedindo para aprofundar o beijo. Quando nossas línguas se encontraram, senti mais uma vez aquele choque, aquela sensação boa que eu sempre sentia, desde o nosso primeiro beijo.
Só que esse beijo estava rápido, selvagem, cheio de desejo e vontade. Uma de suas mãos saiu da minha cintura e foi para a minha nuca, segurando forte o meu cabelo e me aproximando ainda mais dele - como se isso fosse possível.

A música trocou, em um pequeno segundo de lucidez e uma quebra rápida do beijo - céus, nós precisávamos respirar - reconheci a música do Justin Timberlake e da Ciara, a qual eu não consegui lembrar o nome, tocando.
Era uma música provocante, assim como o nosso beijo agora.
Nós estávamos nos beijando e dançando junto com a batida. Kurt ainda estava com uma de suas mãos em meus cabelo e eu agora tinha as minhas mãos em sua barriga. Nossas pernas estavam encaixadas e naquele instante parecia que, naquela sala entupida de gente, só estava eu e ele.
Uma de suas mãos continuava em minha nuca, enquanto a outra segurava fortemente a minha cintura agora. Coloquei meus braços ao redor dele, deixando nossos corpos ainda mais grudados. O ar naquele momento parecia um mero detalhe, nenhum dos dois queria partir aquele beijo que foi prolongado até o meu pulmão implorar e o meu cérebro me lembrar que eu ainda precisava respirar.
O beijo foi ficando mais calmo aos poucos, até que ele o quebrou, dando uma mordida de leve em meu lábio inferior. Eu estava ofegante, minha respiração acelerada. Acredito que os meus lábios estavam tão vermelhos e inchados quanto os dele.

- Vamos... Lá para... Fora ? - ele falou tão ofegante quanto eu. Balancei a cabeça, concordando. Nós seguimos para o jardim interno da casa, que não podia ser visto da rua, aonde estava a piscina e mais alguns poucos casais. Entre eles a Ana e o Thiago... O Joey e a Flora... A Paula e o Arthur... Pera aí.
A Paula e o Arthur ? O ARTHUR?

- Aquela dali é a Paula... - comecei
- Com o Arthur ? - ele me completou, tão surpreso quanto eu.
- Aquele que ela vivia chamando de idiota, bruto, imbecil, ridículo e que viva me secando ? Tô boba.
- Parece que a opinião dela mudou, então. - ele falou dando de ombros
- Não acredito. Tudo bem que ele é gato, mas a Paula nunca gostou dele.
- Me lembre de não deixá-la esquecer disso. - ele riu.
- Sem dúvidas.
- Ela deve estar bêbada. - ele falou fazendo uma careta - Só assim para ela ficar com ele.
- Será que ela tá bêbada ? Eu acho melhor ir lá ver. É, é melhor sim. Vai que ela faz alguma besteira ? E se ela tiver precisando de ajuda ? - fui falando, sem parar para respirar.
- Calma, Bia. Deixa a menina, ela parece estar se divertindo.
- Bom, se você quiser chamar de diversão estar quase se comendo com alguém em uma cadeira de piscina, beleza. - falei debochada.
- Olha, a gente vai sentar ali. - ele apontou para a grama - Se acontecer alguma coisa a gente vai saber. Para de se preocupar, linda.

Aceitei um pouco contrariada e fui me sentar no local que ele apontou. Foi um pouco difícil, afinal eu estava de vestido, mas consegui me sentar, encostada no Kurt.
Ficamos em um silêncio confortável, apenas sentindo o calor de nossas mãos entrelaçadas.

- Eu gosto desse silêncio. - falei, do nada.
- Então por quê o quebrou ? Ai. - ele reclamou assim que sentiu minha mão livre beslicar sua barriga.
- Idiota. - dei língua.
- Sabe o que dizem, não é ?
- An ? Quem diz o quê ? - falei confusa.
- Quem dá língua pede... - ele falou, querendo que eu continuasse. E eu, na minha mais perfeita inocência e tapadice, continuei.
- Beijo. - terminei de falar e sentir os lábios dele sobre os meus. Ao contrário dos beijos na pista de dança, esse foi calmo e curto.
- Eu pergunto e você responde. - Kurt disse de repente.
- Ok. - mesmo sem entender muito bem o motivo, aceitei.
- Um lugar ?
- Pode parecer clichê, mas aqui. Dallas.
- Uma música ?
- Blind do Lifehouse.
- A pior cantada que você já recebeu ?
- 'Aposto um beijo que eu levo um toco'
- Essa cantada é boa, não tem como não conseguir a menina. Se você diz não, vai ter que beijar e se você aceitar, beija do mesmo jeito.
- Não é boa nada. Essa cantada é tosca, Kurt. - falei rindo da cara que ele fez.
- O que você respondeu ?
- Nada, só olhei para o menino com uma cara de tá-brincando-né-? e saí.
- Aposto que essa cara foi seguida por aquela sua de mereço-coisa-melhor. Acertei ?
- Pior que sim. - nós dois rimos.
- Sabia. Continuando...
- Tem mais ? - interrompi. Poxa, eu também queria fazer perguntas para ele, oras.
- O seu maior arrependimento ?
- Não ter ficado com o meu irmão quando ele parou de morar com os nossos pais.
- Você sente falta dele, não é ? - ele falou me abraçando.
- Muita. Agora é a minha vez. - falei, me virando para ele.
- Manda.
- Um lugar ?
- Genebra.
- Por que ?
- Porque foi ali que eu descobri que quero ficar com você para sempre. - preciso dizer que eu sorri mais do que parece possível ? Não, né !
- Own, que lindo. Ok... Um exemplo ?
- Meus pais.
- Um sentimento ?
- Amor.
- Uma música ?
- Todas as da minha banda. - ele falou rindo.
- O que você teve com a Veh ? - perguntei, ele me olhou confuso, mas respondeu.
- A gente namorou. Quando eu entrei no colégio, ela já estudava lá. Acabou rolando.
- Por que acabou ?
- A Veh é muito ciumenta, ela acha que é melhor do que todo mundo, se acha dona do mundo. Ela queria mandar em mim, escolher minhas amizades, eu não poderia chegar perto de uma menina que ela já arrumava confusão. Sabe aquele tipo de garota-grude e insuportável ? - balancei a cabeça concordando - Então, a ela é pior do que isso.
- E o que ela significa para você, agora ? - eu queria fazer essa pergunta a algum tempo, mas tinha medo. Medo da resposta dele.
- Vou pegar uma bebida para gente.

Eu estranhei a ação dele, o jeito e a cara fechada.
Se ele não quisesse responder, era só dizer. É, claro que eu ia ficar chateada e ia formular milhões de hipóteses para achar a razão disso, mas eu iria aceitar a decisão dele.
Ao invés disso ele decidiu sair sem me dizer nada e me deixar sentada na grama, esperando por não sei quanto tempo por ele.
Decidi entrar, assim como todo mundo que estava fora da casa, quando senti os primeiros pingos de chuva cair em meu corpo.

Foi difícil achar alguém conhecido ali, a casa estava mais cheia do que eu me lembrava, mas logo depois de ser empurrada por uma menina bêbada e ter o meu pé pisoteado por uma bota de plataforma eu consegui encontrar a Paula.
Como o Kurt desconfiava, ela não estava muito sóbria...

- Você bebeu, Paula ? - perguntei.
- Aham.
- Muito ?
- Só um pouquinho. - ela falou, demostrando com o dedo indicador e o polegar. Sabe... Como as pessoas fazem quando falam isso.
- Aham, sei.
- Então, Bia... Por que você deixou o Kurt ficar de conversinha no ouvido com a Veh ? - ela perguntou e o meu coração gelou.
- O que você quer dizer com isso, Paula ?
- Oras, o Kurt tá ali, na beira da es... Es, escada conversando com a Veh. Cheio de amorzinho, gutiguti. - ela falou e em seguida fez uma cara feia.
- Não sai daqui. - falei para ela, assim que me virei e constatei que o Kurt estava realmente na beira da escada falando ao pé do ouvido daquela vaca.

Saí em passos fortes, empurrando qualquer ser que aparecia na minha frente e tentando, deixe-me frisar o tentando, manter a calma.
Não sei o que mais me perturbava. O fato do está de conversinha com a Veh ou o fato dele ter me esquecido lá fora.
Vale dizer que, nesse momento, a atitude que eu estava prestes a tomar, me perturbava ?
Cutuquei o Kurt com uma certa agressividade e isso fez com que ele me olhasse assustado.

- Bia ?
- Não, sua vó.
- O que você está fazendo aqui ?
- Eu estava lá fora esperando que nem uma otária pelo meu namorado que disse que ia pegar uma bebida para gente e que não voltou mais. Aí começou a chover e eu resolvi entrar nessa casa idiota, encontrei uma das minhas melhores amigas bêbada que me disse que o meu namorado estava cheio de amorzinho com a vaca da ex dele. Então, aqui estou. - falei, debochando no final.
- É, a gente tá te vendo. - a Veh falou rindo.
- Foi por isso que você me largou lá então, né Kurt ? Escuta aqui, garoto. Você não vai me fazer de otária, ok ? - eu não estava me reconhecendo, por que eu estava fazendo isso mesmo ?
- Cara, a gente está namorando há dois dias. DOIS dias. Nem faz diferença. - ele falou e eu senti uma enorme vontade de chorar.
- Se liga, . Você vem, toda bonitinha, delicadinha, inocente. Tá na cara que você é só um passatempo para ele, afinal você não pode dar a ele o que eu dou.

Eu sabia do que ela estava falando. Eu sabia que ela tinha razão, mas ver que o Kurt não falaria nada para tentar contrariar os meus pensamentos e a fala da Veh cortou meu coração.
A minha vontade de chorar aumentou, eu precisava sair dali. Mas não antes de dizer uma coisa.

- ÓTIMO. - berrei - Sinta-se à vontade para fazer o que quiser com ele, durma com ele, morra com ele. Não tem nada nem ninguém para te impedir agora, queridinha. - terminei de falar e me virei para ir em direção à Paula.
- Bia, espera. - senti Kurt segurando o meu braço e no mesmo momento eu meu soltei com raiva.
- Que foi ?
- Também não é pra tanto. Você não precisa terminar.
- Claro que não é pra tanto. Afinal, são só dois dias de namoro, não é ? Nem faz diferença.

Falei a mesma coisa que ele me disse antes, com o coração na mão. Mudei meu rumo e decidi ir embora.
Droga, só agora eu me lembrei que havia vindo para cá no carro dos Harcourt. Eu não encontraria o Joey e não pediria para o Kurt me levar.
Decidi ir embora a pé. Mesmo que a minha casa fique meia hora longe desse antro, mesmo que eu esteja com os meus saltos Miu Miu e de vestido, mesmo que seja quase duas horas da manhã e esteja super escuro.
Eu só queria ir embora.
Abri a porta e saí, no mesmo momento que senti os pingos gelados, grossos e constantes da chuva em meu corpo, senti minhas lágrimas quentes, antes presas, escorrerem pelo meu rosto.


Meus soluços agora equivaliam a cada quatro passos que eu dava. Eu não conseguia entender tudo o que aconteceu nos últimos quarenta minutos, eu não conseguia me entender.
Era complicado, estranho e... Novo.
Eu nunca havia sentido ciúmes antes, eu agi por impulso quando fui falar com ele, quando terminei o namoro.
Aquele namoro que eu tanto queria, aquele namoro que só durou dois dias - como ele mesmo fez questão de dizer.
Virei a esquina, um frio estranho percorreu minha coluna. A rua estava escura, eu não estava conseguindo enxergar direito. Não sabia se era por culpa da chuva que parecia piorar cada vez mais ou por culpa do meu choro.
A única coisa que eu pensava era o quanto eu ficaria doente depois. Tá legal. Essa era a segunda coisa que eu pensava.

Então era assim que terminava o meu conto de fadas que tinha acabado de começar ?
Era ali que eu despertava do mais bonito sonho que eu estava começando a ter ?
Um trovão soou alto o bastante para me assustar e um relâmpago clareou o céu. Comecei a tremer. Tremi mais ainda quando percebi - olhando pelo canto dos meus olhos - um carro se aproximando devagar, acompanhando meus passos.
Eu queria gritar. Gritar tão alto, para acordar a vizinhança. Gritar para aliviar aquele sentimento estranho que estava impregnado em minha pele agora. Gritar por medo, por raiva.

- Bia, entra. - Kurt falou, quando conseguiu me alcançar. Uma alívio súbito percorreu toda a extenção do meu corpo no momento em que eu percebi que o carro que estava me seguindo era o dele. Mas eu não iria ceder tão fácil assim, não ia mesmo.
- Não.
- Entra aqui para gente conversar, Bia. - ele insistiu, o vidro do carro estava abaixado.
- Já falei que não, Kurt. Saí daqui, volta para a Veh, vai.
- Está caindo um temporal aí fora, entra.
- E daí ? - perguntei debochada - Deixa a chuva cair, ela vai me purificar. Tirar de mim tudo de ruim que eu estou sentindo agora.
- Você vai ficar doente. - dei de ombros sem me importar - Isso significa que a Anne vai te forçar a ir no médico. Injeções, remédios, aquele cheiro de hospital. Eu sei que você detesta.

E o pior era que eu detesta mesmo, tudo aquilo que ele disse. Eu sabia que se ficasse mais algum tempo naquele temporal, iria pegar mais do que um simples resfriado. Céus, odeio ter baixa imunidade.
Parei de andar e no mesmo momento Kurt parou o carro, com uma cara fechada que mostrava o quanto eu estava chateada, abri a porta do passageiro e me sentei. Ele soltou um sorriso de canto de boca, enquanto levantava a janela.
Continuei tremendo, mas não de medo como antes. Agora era de frio e eu acho que deveria estar muito perceptível isso, já que ele ligou o aquecedor do carro. Percorremos o caminho até a nossa casa em completo silêncio, fiquei olhando para a janela o tempo todo mesmo sendo impossível ver algo que não fosse a chuva.

- Obrigada, Kurt. - falei quando ele estava estacionando o carro em frente a garagem de sua casa e saí andando. Na verdade, correndo.

O que não foi uma boa ideia já que:
1 - eu estava de salto fino e alto.
2 - a grama estava enxarcada e completamente escorregadia.

Resultado ? Caí de bunda no chão e ainda quebrei o meu Miu Miu.
Droga, como se o meu sábado - agora domingo - não pudesse ficar pior. Esperei cinco segundos sentadas no chão, esperando ouvir a gargalhada do Kurt. Esperando que ele zoasse do meu tompo e falasse alguma coisa que me desse um motivo concreto e que me fizesse acreditar que eu não sou uma tola por ter terminado com ele pelo motivo mais imbecil da face da terra.

- Você tá bem, Bia ? - ele veio todo atencioso e se abaixou na minha frente. A chuva havia diminuido e agora eu podia ver perfeitamente aqueles olhos castanhos me mirando, seus cabelos bagunçados e sua camisa branca grudada em seu corpo. Droga, por que eu sou tão vulnerável ?
- Não.
- Aonde tá doendo ?
- Aqui. - apontei para o meu coração. E eu me senti uma criança idiota, apaixonada e imbecil por esse ato.
- Eu sinto muito.
- Acho que o que você sente não faz muita diferença agora. - me levantei rapidamente e tirei minhas sandálias.
- Não faz isso, Bia. Por favor.
- Foi você quem fez, Kurt. - respondi friamente.
- Eu não fiz nada.
- Você estava de conversa com a Veh, enquanto me deixava esperando que nem uma idiota por você no jardim.
- Sim eu estava conversando com ela. Você chegou no momento em que a gente começou a conversar. - dei uma gargalhada irônica.
- Começado a conversar ? Primeiro, eu não sei por quanto tempo fiquei te esperando do lado de fora, mas foi muito tempo. Segundo, a Paula disse que vocês estavam cheios de amorzinhos um com o outro.
- Primeiro, eu estava ajudando o Thiago, porque a Ana tinha exagerado um pouquinho na bebida e estava dando trabalho. Você conhece sua prima, Almeida. E segundo, a Paula estava bêbada como você mesmo falou antes, não é uma fonte muito confiável. - droga, por que ele tinha que ter razão, hein ?

Abri minha boca, mas a fechei sem que nenhum som saísse da mesma. Comecei a percorrer o extenso jardim de entrada da minha casa, até que senti o Kurt me segurar.

- Vai fugir, agora ? Então você percebeu que eu tenho razão, não é ?
- Eu... Eu estou confusa.
- Não era bem isso que eu queria ouvir. - ele falou dando de ombros e eu me estressei. Comecei a falar tudo o que estava em minha mente.
- Você queria o quê ? Que eu te pedisse desculpa ? Que eu me desculpasse por ser uma tola, por ser insegura e ter sentido ciúmes de você com a Veh ?
- Você não tem porquê sentir ciúmes dela.
- Ah, claro. O fato dela não esconder de ninguém que te ama e faria de tudo para te ter de volta ajuda muito. Sem esquecer a forma que você fugiu de mim quando eu te perguntei sobre o que ela significava para você.
- Eu não me importo se ela me ama ou deixa de amar. Eu já falei que quem eu amo é você.
- Mas você é homem, Kurt. Você sabe que eu não posso te dar o que ela dava.
- A única coisa que eu quero, Almeida. - ele começou a falar, quando já estava me abraçando, completou a frase em meu ouvido - É você.
- Desculpa. - murmurei segundos depois. Agora eu estava agarrada à ele, soluçava em seus braços.
- Só me diz que você ainda é minha namorada.
- Na verdade, eu nunca quis deixar de ser.
- Você tem que parar de ser impulsiva, pequena.
- Eu sei. Eu sou uma tola mesmo, uma idiota, insegura, teimosa, impulsiva, orgulhosa. Eu consegui arruinar tudo em dois dias, que imbecil.
- Você é uma bobinha, sabia ? Mas eu amo esse seu jeitinho... Ele é único.
- Que jeitinho ? - nossos narizes estavam escostados um no outro.
- Seu jeitinho intenso de ser. Você ama, briga, cuida, se diverte para valer. É tudo intenso, tudo forte, tudo tão... Verdadeiro.
- Pode parecer cedo e bobo, mas... Eu tenho medo.
- Medo de que ?
- De te perder, Kurt. Eu estou entrando nesse relacionamento de cabeça, com todo o meu coração. Eu nunca amei ninguém como eu amo você, eu nunca senti isso antes. Eu não quero que isso acabe.
- Se depender de mim não vai acabar. Nunca. Tá sentindo isso ? - ele perguntou, após pegar minha mão esquerda e colocar sobre o seu coração. Balancei a cabeça concordando. - Eu nunca senti isso antes, Bia. E acho que nunca vou sentir. Você é a única pessoa capaz de fazer o meu coração bater de pressa e devagar ao mesmo tempo. E é por isso que eu digo, com tanta certeza, que eu amo você. Mais do que eu vou amar alguém na minha vida toda.

Não foi necessária nenhuma palavra a mais para me fazer ter plena certeza disso.
Certeza de que nós fomos feitos um para o outro, que o nosso amor era único, especial, forte.
A forma com que nossas línguas se moviam como se fossem feitas uma para outra, a nossa sintonia, a nossa sincronia. A forma com que ele segurava a minha cintura, o jeito com que eu fazia carinho em seu cabelo. A intensidade com que o meu corpo precisava do dele, a minha vontade de ter ele para sempre comigo só confirmava o quê já ecoava em minha cabeça há algum tempo.
Eu precisava dele para viver, para ser feliz.
Eu já não sabia mais como era viver sem Kurt Harcourt.
E a rapidez com que tudo isso aconteceu me dá medo.
Isso é normal ?
 

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