Pensar no Arthur fazia com que as lembranças daquela noite voltassem a minha cabeça. A raiva, a repulsa, a dor, tudo. Eu não estava pronta ou bem o suficiente para vê-lo e escutar qualquer coisa que ele queira falar, eu nem tive tempo para tentar superar tudo isso que aconteceu ...
Ninguém sabia o que fazer e por isso deixávamos que ele enfiasse o dedo na campainha de prata do lado de fora da minha casa por quanto tempo aguentasse, uma hora ele ia desistir.
Mas o que ninguém contava era que o meu irmão pudesse se irritar com esse barulho todo, descer como uma bola pela escada, passar pela gente berrando um impaciente 'Não estão ouvindo a campainha tocar não ?' e abrir a porta. Bem... Foi extamente isso o que aconteceu.
Tentei gritar para ele não abrir a porta, mas já era tarde demais.
Mais rápido do que eu pude perceber, Arthur já estava agarrando meu braço e apertando-o. Meus olhos estavam marejados e nada saía de minha boca, eu não entendia nem uma vírgula do que estavam falando. Ele berrava comigo e meu irmão só olhava essa situação com uma aparência confusa.
- RESPONDE. - Arthur berrou mais uma vez.
- Me solta, Arthur. - murmurei em um tom de voz mais baixo do que o normal. Eu queria sair de perto dele, correr para longe dali, toda vez que ele tocava em mim e falava comigo aumentava o meu desespero (já aparente) e o meu medo.
- Arthur ? - meu irmão o chamou.
- QUE É CACETE ? NÃO TÁ VENDO QUE EU ESTOU FALANDO COM ESSA PIRANHA AQUI ? - ele berrou em resposta - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FAZER UMA DENÚNCIA SOBRE MIM, ALMEIDA ? VOCÊ TEM NOÇÃO DAS COISAS QUE EU OUVI ? VOCÊ VAI SE ARREPENDER, BIA. E VAI SE ARREPENDER AGORA.
Pronto, era só o que me faltava. Arthur levantou seu braço, com a intenção de me bater e por pouco não o fez.
Para o meu grande alívio, meu irmão percebeu o que ele iria fazer e o puxou para longe de mim. Entretanto, esse alívio durou pouco.
Assim como o Luc percebeu o futuro ato do Arthur, ele também ligou o nome a pessoa. Arthur. Ontem. Festa. Estupro.
Os dois estavam rolando no hall da minha casa, Luc berrava coisas como 'Você vai se arrepender de ter tocado na minha irmã.' e 'Eu ainda vou te ver morto, seu canalha.' Meu desespero aumentou, quando o Arthur conseguiu ficar por cima do Luc e começou a dar socos nele, na barriga, no rosto...
Porém, graças à insistência do nosso amado pai, o Luc era um exímio lutador, daqueles que se entram em uma briga de rua (não que ele já tenha entrado em uma) não entram para perder.
Quem estava no chão agora era o outro, ele levava soco atrás de soco, chute na barriga, nas pernas, em todo lugar alcançável.
Meu irmão emanava uma raiva desconhecida por mim, eu via em seus olhos o que ele estava sentindo.
Depois de um pouco mais de dez minutos batendo, o Luc começou a arrastar o Arthur pela gola de sua camisa. O corpo dele batia no chão, ele tentava se soltar e se debatia todo, mas o meu irmão não estava nem se importando.
Eu poderia gritar e pedir para o Luc parar, dizer que não valia a pena sujar as mãos com alguém como o Arthur, mas eu queria que ele sofresse. Que ele se arrependesse até o último fio de cabelo naquele corpo imundo por ter me feito mal. Queria que ele agonizasse, não suportasse aquilo. No fim de tudo, a verdade é que eu queria que ele morresse.
E não, eu não me sentia mal por desejar a morte de alguém. Nesse momento, era tudo que eu mais queria.
- SE EU TE VER A MENOS DE 100 km DA MINHA IRMÃ, VOCÊ VAI DESEJAR TER MORRIDO QUANDO EU TE ENCONTRAR, OUVIU BEM ? – eu ouvi o Luc berrar, enquanto o Arthur saia correndo morrendo de medo.
Permiti-me sentar e me entregar as lágrimas por completo, o que já estava virando um hábito. Encostei meu rosto em minha perna e chorei, chorei, chorei.
Luc se abaixou na minha frente e foi levantando meu rosto com cuidado. Parei alguns segundos para examiná-lo meticulosamente, ele tinha um corte no supercílio, sua boca sangrava e seu cabelo estava sujo de sangue. Isso sem contar os hematomas que estavam cobertos pela roupa.
Agarrei em seu pescoço e o abracei mais forte que pude, chorei copiosamente em seus braços, enquanto ele tentava dizer algo que me acalmasse. Entretanto, não havia nada que ele pudesse dizer para me fazer sentir melhor, mais uma vez eu estava sendo a culpada pelo sofrimento de uma das pessoas que eu mais amo no mundo. E eu só queria que isso parasse de acontecer.
- Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa. - eu murmurava repetidas vezes, enquanto alisava o seu rosto.
- Você não tem culpa de nada, pequena. Para com isso.
- Tenho sim, gordinho. Olha para você, olha como você está.
- Isso aqui vai passar, Bia. É dor física, um dia acaba. Não chora pequena, por favor. - ele falou tentando enxugar minhas lágrimas - Vem comigo.
Antes que eu pudesse levantar, o Luc passou um de seus braços por debaixo de minha perna e o outro em minhas costas, me carregando em seus braços. As meninas não falaram nada, apenas nos observaram enquanto ele me levava para o seu quarto.
Meu irmão me deitou em sua cama, deu a volta na mesma e se deitou ao meu lado. Nós ficamos nos olhando, até que eu agarrei sua cintura e me agoncheguei em seus braços, o apertando com toda a minha força (para ter certeza de que ele não sairia de perto de mim).
Pude ouvi-lo soltar um murmúrio de dor.
- Que foi ? - perguntei preocupada.
- Dói. - ele levantou a blusa e eu pude ver sua barriga roxa, cheia de hematomas.
- Eu vou lá em baixo pegar alguma coisa para você.
- Não, você não vai. Deixa que eu vou.
- Será que eu posso cuidar um pouco do meu irmão mais velho, Sr. Valente ? - perguntei, tentando descontrair.
- Depois de todo trabalho que ele teve para trazer a donzela em perigo para esse quarto ? - ele revidou com uma falsa indignação.
- Se você estiver ensinuando que eu estou gorda, considere-se um homem morto. - ele revirou os olhos.
- Ui, estou morrendo de medo.
Dei um tapa de leve em seu braço, para não machucá-lo mais e saí do quarto.
As meninas estavam na sala, ainda assustadas com o que tinha acontecido. Fui em direção à cozinha, com a Ana atrás de mim.
- Ai, amiga... - ela falou enquanto me abraçava
- ... - eu não falei nada, deixei minhas lágrimas cairem novamente, enquanto a abraçava de volta.
- Eu ... - ela não precisou terminar a frase, eu sabia o que ela falaria.
- Eu também.
- Vocês vão ...
- Vamos, eu espero.
Peguei dois pacotes de gelo (os quais eu esqueci o nome), a malinha de primeiros socorros, um copo de água e um remédio para dor.
- Bia... - ela me chamou quando eu já estava subindo as escadas.
- Fala, prima...
- Eu estou aqui para tudo, tá ?
- Eu sei. - tentei sorrir - Você sempre está. Obrigada, tá ? - e nesse momento eu percebi, que não importa o que aconteça, tudo vai ficar bem. A Ana Juli me transmite essa segurança e eu gosto disso.
Quando cheguei ao quarto de hóspedes, o Luc estava sentado na cama, assistindo Bob Esponja. Fala sério, quem ainda assiste Bob Esponja ?
- E aqui senhoras e senhores, encontramos Luc Almeida, a estrela de 'De volta ao passado'. - falei rindo e chamando sua atenção, enquanto fechava a porta.
- Primeiro, o nome certo é 'De volta para o futuro'. Segundo, não faça isso de novo. Sinceramente, você não é nem um pouco engraçada, maninha.
- Coincidência, né ? - falei debochada - Chega para lá, deixa eu cuidar de você.
Eu me sentei na frente dele e coloquei os pacotes de gelo em sua barriga. Ok, eu não sei se vai adiantar, mas o que vale é a intenção, certo ?
Peguei um cotonete molhado com álcool e comecei a limpar o corte de seu supercílio, passei o mesmo remédio que a Paula coloca em mim quando eu me corto. Ele reclamou de dor e eu o mandei parar de frescura.
Em seguida, peguei uma toalha de mão branca, molhei com água e comecei a limpar o corte de sua boca. Fiz tudo com o máximo de cuidado possível para não machucá-lo. Quando terminei, dei um beijinho no canto de sua boca (aonde estava machucado) e ele soltou uma gargalhada gostosa de se ouvir.
- Não vale, Bia. Eu que fazia isso com você. - ele fez um biquinho fofo.
- Eu sei e era tão lindo. Você sempre falava 'Deixa que eu dou um beijinho para passar'.
- Pois é. Às vezes você se machucava de próposito, pensa que eu não sei ?
- Ah, você sabe como eu sou desastrada né ? - falei com uma voz fofa - Além do mais, eu sempre gostei de ter sua atenção para mim.
- A gente era feliz e não sabia.
- Era tudo mais fácil antes, não era ?
- Era. Mais nem sempre o mais fácil é o melhor. - ele falou pensativo. Ficamos em silêncio por alguns segundos, até que eu falei.
- Eu tenho medo, Luc.
- De que, amor ?
- De não conseguir superar isso. - ele suspirou pesadamente e me deu um beijo na testa.
- Você vai, pequena. - ele começou - Você não vai esquecer completamente isso, é fato. Mas com o passar do tempo você vai aprender a conviver com o que aconteceu e aquilo não vai passar de uma lembrança ruim.
- Assim espero, maninho.
Ficamos em silêncio durante um tempo, ele fazendo carinho em minha cabeça e eu desenhando aleatoriamente em sua barriga (agora gelada). Eu estava tomando coragem e tentando encontrar as palavras certas para começar a falar sobre a Paula.
- Eu não te odeio.
- Eu sei que não.
- Eu sei que você sabe, mas eu queria que você me ouvisse dizer isso.
- Quem bom que você quis isso... Sabe, não é nada legal ouvir a pessoa que você mais ama no mundo dizer que te odeia.
- Mesmo sabendo que é mentira...
- É, mesmo assim.
- Você me irritou naquela hora, dando uma de 'faz o que eu mando e cala a boca'.
- Ah, meu anjo. Você sabe como eu sou quando estou chateado.
- Pior que eu sei, sei bem. Você não mede palavras e isso machuca.
- Eu sei ... - ele falou simplesmente.
- Será que ... - eu comecei.
- Será que ?
- Eu... É... Hum...
- Fala logo, gordinha. Tá tentando encontrar as palavras certas para falar comigo ? Seu irmão lindo, absoluto e gostoso.
- Ah, pelo jeito a humildade da família ficou com a Ana. - nós dois rimos.
- Eu pensei que você iria falar que a humildade tinha ficado com você, maluca.
- Esqueceu que por ser sua irmã, automaticamente, eu também sou linda, absoluta e gostosa. Talvez não exista modéstia em nosso sangue, mas só talvez, sabe ?
- Nós ficamos com tudo bom da família, o resto tá com a Ana. - eu ri alto.
- Mas não era disso que você queria falar comigo, era amor ?
- Não.
- Então...
- Então que a parada é a seguinte. - ele abriu a boca para falar - E se você completar essa frase com aquela idiota que o nosso tio do Brasil te ensinou, você vai ver.
- Mas eu não ia falar nada, credo.
- Enfim, eu queria te pedir para...
- Para ?
- Deixa a Paula ficar aqui. - ele me olhou - Por favor, por favor, por favorzinho.
- Não sei, Bia. Acho que vai ser melhor ela ir embora.
- Se você não quer por ela, deixa por mim então.
- Você não vai me convencer com essa carinha de cachorro molhado perdido na mudança, Bia.
- Poxa, Luc. Segue minha linha rosa de raciocínio...
- Linha rosa de raciocínio ? - ele repetiu, rindo de mim.
- POSSO continuar ?
- Por favor, madame. Prossiga.
- Idiota. Enfim, pense comigo... Se estando junto com a gente, a Paula bebe até cair imagina se ela estiver sozinha. O que não vai acontecer ? Ela pode até tentar se matar, aí depois você não vir conversar comigo por causa de peso na consciência não. Você vai vir para o meu quarto, desabafar e eu vou dizer sabe o que ? Bem feito.
- Larga de ser dramática, garota. Até parece que a Paula vai se matar. Se bem que eu pensei que ela era responsável e descobri exatamente o contrário...
- Se bem que eu pensava que você gostava dela... Também.
- Mas eu gostava, por isso que a decepção foi grande. Eu ainda estou chateado com ela, Bia. Por favor não insista em algo que eu não posso atender.
- Ela pode virar uma maníaca alcólica se ficar sozinha, Luc.
- Biazinha da minha vida, ela vai ser o que ela é em qualquer lugar.
- Mas a gente pode pelo menos tentar ajudá-la, não é ?
- Não sei.
- Ela pode aprender com os erros. As pessoas mudam, meu lindo.
- As pessoas não mudam, Bia. Por exemplo, eu vou continuar a repetir: as pessoas não mudam.
- O assunto é sério, Luc.
- Eu não posso te prometer nada.
- Pode sim. Promete para mim que você não vai ignorar a Paula, que não vai agir como se ela não existisse ?
- Bia, você lembra da Luz ?
- Luz ? A nossa poodle da Inglaterra que gostava mais de você do que de mim ? - perguntei confusa, por ele ter mudado o assunto tão drásticamente.
- Ela mesmo.
- Ela era uma idiota. Você vivia ignorando a bichinha e ainda assim ela preferia você. E ?
- Então, algumas meninas são como a Luz.
- Como assim ? - perguntei confusa.
- É só ignorar que elas gamam.
- SEU CACHORRO. - exclamei rindo - Mas você sabe que não precisa ignorá-la, a Paula já está gamada.
- Eu sei e talvez esse seja o motivo da minha decepção.
- PARA TUDO. Luc você está dizendo que também está gamado nela ?
- Eu ? Gamado ? Em alguém ? Putz, cala a boca Bia. Nem parece que você me conhece.
- Ué, as pessoas mudam. E você ficou gamadão na tal da Sara...
- A Sara é passado, falou ?
- Falou ! - respondi rindo - Mas enfim, o que ficou decidido ?
- Ela tem até o dia que eu a mandei sair de casa para provar que mudou. Caso contrário...
- AAAAAAH. QUE LINDO, QUE LINDO. - eu pulei em cima dele e comecei a beijar seu rosto - POR ISSO QUE EU TE AMO, TE AMO, TE AMO.
- O que eu não faço para te ver feliz em pequena ?
Nós ficamos conversando sobre assuntos aleatórios durante um bom tempo. Relembramos a nossa infância, falamos sobre o Zach e a gravadora, sobre nossos pais, a minha escola, tudo. Já era tarde quando a Ana entrou no quarto.
- Ah, eu também quero fazer parte desse momento fraternal. - ela falou e se jogou em cima de nós dois, que estávamos abraçados na cama.
- Ai, Ana Juli. Saí de cima. - eu a empurrei.
- O que os irmãos mais gatos que eu conheço fazem aqui ?
- A gente só estava conversando... - Luc falou.
- Matando a saudade dos velhos tempos. - eu completei.
- Eu tenho muita saudade dos velhos tempos. - ela falou aérea - Principalmente da época em que nós erámos o trio parada dura. Lembra ?
- LEMBRO. - eu e meu irmão falamos juntos.
- Por que as coisas não são mais como eram antes ?
- Porque a gente cresceu, minha cara prima.
- Minha cara prima, Luc ? Você me chamava de coisa melhor antes. - a Ana falou esnobe.
- Tapada ? - eu arrisquei, rindo.
- Lerdinha ?
- Poinha ?
- Cocotinha ?
- Gretchen ?
- Coisinha ?
- Ah, para vocês, não.
- Qual era o apelido, Ana ? Eu não lembro. - falei
- Pois é, nem eu. Só sei que era bonitinho.
- Ai, parece que cada dia que passa você fica pior. - Luc falou rindo.
- Tanto faz. - ela deu de ombros e, ao mesmo tempo, alguém bateu na porta. - ENTRA, NÃO TRANQUEI.
- Por que você trancaria a porta ? Só por curiosidade... - Luc.
- Para atacar vocês. - ela tentou fazer uma voz sensual.
- Ana Juli, não. - falei.
- Er, oi ?
Oi. Como se respira ?
Kurt estava na porta do quarto, vestindo uma camisa social branca e uma calça jeans, com os óculos Ray Ban na cabeça e me seduzindo. Já falei que homen de camisa social e de branco é uma perdição ?
- Oi, Kurt. - meu irmão falou sorrindo para ele.
- Hey, Kurt. - falei, quando consegui.
- Oi, Kurt. Tudo bom com você ? Comigo está tudo ótimo. Veio fazer o que aqui ?
- Você já falou isso lá em baixo, Ana. - ele fez uma cara linda de 'você é idiota ou o que ?'
- Já ? - ele afirmou - Enfim, tá fazendo o que aqui ?
- Bem, você subiu para chamar a Bia para mim, mas demorou demais. Aí a Flora falou para eu vir aqui.
- Sabia que eu estava esquecendo de alguma coisa.
- Cabeção. - meu irmão falou, enquanto dava um tapa de leve na cabeça de nosso prima.
- Então, Bia. Posso falar com você ? - ele pediu.
- Ah, claro.
- Larga de ser anta, Bia. Ele quer falar com você em particular.
- Seu amor por mim me toca, maninho.
- Você tá bem, Luc ? A Paula me contou o que aconteceu... - Joey falou.
- Vou ficar, só não toca mais nesse assunto. Vai ser melhor assim. - ele indicou a cabeça na minha direção e Kurt entendeu o que ele quis dizer.
- Vamos ? - pedi.
Ele me seguiu até o jardim, sem falar nada. A noite estava linda e as luzes da piscina já estavam ligadas.
- Como você está, minha linda ?
- Na medida do possível, bem.
- Desculpa não ter ficado o dia todo com você, mas a gente precisava ensaiar...
- Para o baile né ?
- Aham, já é amanhã. O nervosismo está me matando.
- Fica calmo. Vocês são ótimos e tudo vai dar certo, você vai ver.
- Tudo vai dar certo se você estiver lá, por mim.
- Não sei se é uma boa ideia, Kurt.
- Eu sei que você deve estar querendo distância de festas, mas eu preciso de você lá. Eu vou estar lá. Eu, o Thiago, o Joey, a Ana, a Flora, a Paula, você pode levar o Luc também. Não vai acontecer nada, Bia. Confia em mim.
- Mas...
- Por favor ?
- Ah, Kurt. Isso não é justo.
- Lembra da surpresa que eu te falei ? - balancei a cabeça, afirmando - Então, você só vai descobrir o que é se for.
- Isso. Não. É. Justo. - falei pausadamente, enquanto dava fracos beliscões em sua barriga. E que barriga
- O mundo não é justo.
Só depois que ele falou isso que eu percebi o quanto nós estávamos próximos. Eu podia sentir sua respiração ofegante em meu rosto, seus olhos fitavam o meu de uma forma que eu não consigo descrever e sua boca... Ah, aquela boca estava gritando meu nome.
Antes de se quer pensar na possibilidade de agarrá-lo naquele momento, Kurt se afastou de mim, fazendo com que eu soltasse um suspiro aborrecido. Ele riu levemente.
- Então ?
- Então o quê ?
- Você vai ao baile ?
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