"Mamãe resolveu fazer um almoço e quer todas as noras presentes, avise as meninas. Venha mais linda do que já é. E traga o Luc. Eu amo você, seu Kurt"
E pela quarta vez na semana, eu acordei com uma mensagem do Kurt. Era incrível como tudo estava perfeito desde o dia do baile.
Nós dois nos falávamos todas as noites, nem que fosse para dizer somente um 'boa noite, eu amo você'.
- Ana, Flora vocês duas podem vir aqui rapidinho. - falei sonolenta, quando me joguei no sofá da sala.
- Sim ? - elas falaram em uníssono, saindo da cozinha.
- O Kurt mandou uma mensagem falando que a sra Harcourt quer que a gente almoce lá. Sabe, almoço de família e essas coisas. - dei de ombros.
- Como ele avisa isso em cima da hora ? Preciso me arrumar, escolher a roupa, escovar o cabelo, me concentrar, estar psicologicamente preparada para... - eu interrompi o piti da minha prima.
- Calma, Ana Juli. É só um almoço, não precisa de tanto. - falei e Flora balançou a cabeça concordando comigo.
- Não precisa de tanto ? NÃO PRECISAVA DE TANTO ? Essa vai ser a primeira vez que eu vou encontrar os meus sogros depois que eles viraram meus sogros. - ela falou - E se eu me lembro bem, dona Bia, você ficou desse jeito ou pior daquela vez que foi apresentada oficialmente como namorada do Kurt.
- Desse jeito ? Pior ? Bem impossível, amiga.
Nós passamos toda a manhã ouvindo as reclamações e frustações da Ana, quando deu 13:13 os Harcourt vieram aqui nos chamar.
A Paula não quis ir, disse que não estava se sentindo bem e preferia ficar em casa, dormindo. Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo com ela, mas decidi deixar para perguntar depois.
Eu estava vestindo uma bata, sem manga, preta e um pouco decotada, rasteirinhas e um short jeans curto. Afinal, era um dia ensolarado e quente.
Chegamos na casa da família Harcourt e tudo estava pronto. O almoço ocorreu perfeitamente bem, passei um tempo brincando com o Frankie, enquanto o Kurt ajudava a sra. Harcourt na cozinha. A Ana estava no estúdio com o Ana e a Flora na piscina com o Joey. O Luc já havia ido embora.
- Eu tava com saudade de você, Bia. Você sumiu daqui. - ele fez um biquinho super fofo e eu tive que apertar sua bochecha.
- Ah, meu amor. Algumas coisas aconteceram comigo e eu tive que me afastar, mas agora eu estou aqui. Não vou mais sumir. - sorri e o Frankie copiou meu ato.
- Que coisas ? - ele perguntou curiosos.
- Coisas ruins, que não vale a pena lembrar.
- Mas você se machucou ? - ele perguntou com toda aquela preocupação de criança.
- Eu já estou bem, Frankie.
- O Kurt te salvou ? - seus olhos brilhavam, soltei um riso fraco.
- Aham. Ele sempre salva.
- E sempre vou salvar. - Kurt falou atrás de mim, fazendo com que eu me virasse assustada.
- Que susto, amor.
- Desculpa, não queria te assustar.
- Kurt, Kurt, Kurt. - Frankie puxava a camisa dele, tentando chamar sua atenção.
- Fala, baixinho.
- Você é o herói da Bia. - ele falou, como se contasse um segredo - Quando eu crescer, eu quero ser o herói de alguém também.
- Você vai, Frankie. - Kurt falou sorrindo.
- Hey, mas você já é meu herói. Vai me trocar por outra, little Frankie ?
- Não seja egoísta, Bia. Você já tem o seu herói. - ele falou sério e saiu.
- Espertinho ele, não ?
- Você nem sabe o quanto. - Kurt disse e em seguida me deu um selinho - Vem, vamos subir.
Sim, esse 'vem, vamos subir' dele sempre me levava para o mesmo lugar. Seu quarto.
Eu já estava até acostumada, a gente passava horas e horas conversando sobre tudo e o assunto nunca parecia acabar. E isso era uma das coisas que eu mais gostava na nossa relação, além de namorados nós erámos amigos. Bastante amigos.
- O Luc falou alguma coisa para você do que o outro cara lá achou ? - ele perguntou como quem não quer nada.
- Ele mandou o vídeo da apresentação de vocês no baile e uma demo pro Zach três dias atrás, acho que ele ainda não escutou. O Rosen é cheio de trabalho, calma aí Harcourt.
- Não consigo, estou nervoso com isso. E se ele não gostar ?
- O Zach confia muito no gosto do Luc, não foi a toa que ele o deixou tomando conta das coisas aqui. Se o Luc gostou, o Zach também vai gostar. Provavelmente.
Ele não disse nada, apenas beijou meu cabelo e continuou a fazer carinho em minha cabeça. Virei-me para o outro lado, ficando de frente para ele e comecei a fazer carinho em seu rosto. Esses nossos momentos estavam ficando cada vez mais frequentes.
Mordi seu lábio inferior de leve e dei um beijo em seu pescoço, deixando meu rosto ali, fazendo com que ele suspirasse fortemente.
- Você tem um cheiro bom. - falei enquanto dava sucessivos beijos em seu pescoço.
- Bia... - ele falou em um tom suplicante.
Eu alternava beijando seu pescoço, mordendo sua orelha e passando minha mão por seu abdômen. Eu adorava fazer com que ele ficasse arrepiado.
Cansado de minhas provocações, ele me virou e se colocou em cima de mim, colocando uma de suas pernas no meio das minhas. Sua mão esquerda segurava as minhas duas mãos no alto, enquanto a outra estava por debaixo de minha blusa, fazendo carinho em minha cintura e tocando provocantemente os meus seios, às vezes.
Eu estava arrepiada, eu estava gostando, eu queria mais.
Prendi minhas pernas em sua cintura com força, no momento em que ele colou seus lábios nos meus. Vez ou outra, ele separava nossas bocas e contornava a minha com a ponta de sua língua. Às vezes, eu fazia a mesma coisa. Minhas mãos agora livres, percorreram suas costas e parou na barrada de sua t-shirt verde clara. Comecei a puxá-la para cima, só partindo o beijo para passá-la por sua cabeça. Nós nos viramos, para que fosse possível tirar a minha blusa. Fiquei por cima dela e, consequentemente, sentada por cima de sua excitação que já estava digamos... Bem notável. Quando comecei a tirar minha blusa, Kurt segurou minha mão e pediu que eu parasse. Ele se sentou, comigo ainda sentada em seu colo, e suas mãos começaram a explorar as minhas coxas, passando por cima do short, parando um pouco no botão e o abrindo. Começou a puxar minha bata para cima, enquanto alisava as partes do meu corpo já descobertas, dando alguns beijinhos no vão dos meus seios, no meu colo e um chupão demorado em meu pescoço.
Comecei a puxar sua bermuda para baixo, deixando amostra sua boxer Calvin Klein branca. Invertemos as posições mais uma vez para que ele pudesse tirar meu short, o que foi feito com muita facilidade. Passando seus lábios sugestivamente por cima do meu sutiã de renda rosa, ele segurou a lateral da minha calcinha e começou a puxá-la para baixo, enquanto eu suspirava fortemente.
Ouvimos uma batida na porta e no segundo seguinte, todo aquele clima sumiu.
- Kurt, o Joey tá aí ? - era o Thiago. Que desgraçado.
- Não... Acredito. - Kurt murmurou baixinho e ofegante - Não.
- Sabe aonde ele tá ?
- Já viu na... Piscina ? Ele tinha ido... Ido para lá com a Flora. - ele falou, tentando não deixar sua voz ofegante muito 'visível'.
- Aconteceu alguma coisa ? Tá tudo bem com você, cara ?
- Ele só se engasgou, Thiago. Tá tudo ok agora. - falei, após minha respiração ter voltado a ficar regular.
- Desculpa. - ele murmurou.
- Por que ?
- Por isso, eu não consegui me controlar.
- Não tem porquê se desculpar, eu deixei você fazer.
- Eu não quero te forçar a nada, Bia. - ele me olhou.
- Mas você não me forçou.
- Eu sei que você é virgem e eu quero que, quando acontecer, seja perfeito.
- Estando com você vai ser perfeito. Em qualquer lugar. - falei sincera.
- Menos no carro. - ele disse divertido.
- Ew, menos no carro. - confirmei e dei uma risada.
- E quando você estiver preparada.
- Mas eu estou preparada, será que é difícil para você entender isso ?
- Opa, então já é.
- Agora não rola mais, né. O Thiago estragou o clima.
- Thiago desgraçado.
- Não fala assim, ele é seu irmão e meu melhor amigo. Se liga, cara. - falei fingindo seriedade.
- Aham, até parece que você não pensou nisso.
- Claro que não.
- Sei, finge que me engana e eu finjo que acredito. - ele falou debochado.
- Quem poderia imaginar que um dia, Bia Almeida estaria no quarto com o namorado, na casa dos pais dele e só de roupa íntima. - falei brincalhona, tentando disfarçar a timidez que tinha apoderado o meu corpo quando eu me toquei desse fato.
- E quem poderia imaginar que eu pudesse te amar tanto assim ?
- Ninguém, provavelmente.
- Vamos andar por aí ?
- Vamos caminhar na praia ? Já deve estar perto do pôr-do-sol. - pedi com os olhos brilhando.
- Ok, vou tomar uma banho frio rapidinho, aí a gente vai. - ele me deu um selinho, que eu tratei de transformar em um beijo, e foi tomar banho.
Peguei minhas roupas que estavam no chão, ao lado da cama, e me vesti. Esperei mais uns dez minutos até o Kurt sair do banho, totalmente arrumado.
Ele avisou aos pais que a gente ia sair e nem quis chamar seus irmãos para irem junto. Fomos a pé mesmo, estava um fim de tarde bom. Caminhamos alguns minutos, paramos para comprar uma casquinha e chegamos na praia (na verdade nós fomos para a parte mais escondida, mas quem se importa ?). Ele se sentou na areia, se apoiando em uma das árvores que tinha por ali e fez com que eu me sentasse no meio de suas pernas. Nós ficamos assistindo ao pôr-do-sol em silêncio, sentindo o vento em nosso rosto e aproveitando a calmaria do lugar.
Eu tinha tudo o que queria. Alguém que eu amava e que, para minha felicidade, me fazia sentir amada. Tinha meu irmão comigo, os melhores amigos que alguém poderia ter. Eu já não existia mais sem nenhum deles e só de pensar na possibilidade de perder alguém, eu me sentia triste.
Um vento frio passou, quando eu lembrei dos dias que fiquei separada do Kurt. Eu sei que o nosso namoro não é o mais perfeito de todos, mas era o bastante para mim. Durante toda a minha vida eu fui convivendo com a perda parcial de pessoas com quem eu me importava, por culpa do trabalho dos meus pais. Com isso eu aprendi que não importa o quanto algo nos machuca, às vezes se livrar dele dói mais ainda. E é por isso que eu sempre acabo voltando para o Kurt, sem me importar com os sermões da Paula ou com as indiretas da Flora. Eu o amo e isso para mim basta.
Quer dizer... Deveria bastar.
- Promete que vai sempre me amar, que a gente vai ser para sempre, que ninguém vai nos separar ? - pedi em um sussurro.
- Eu prometo, pequena. Prometo com todo o meu coração. - embora não estivesse vendo-o, eu sabia que ele estava sorrindo agora
- Eu quero te fazer feliz, porque é a minha chance de ser feliz também. Ninguém nunca me fez sentir o que eu sinto por você.
Virei para trás e lhe dei um selinho demorado, antes de começar a beijá-lo. Foi um beijo simples, mas que passou tudo o que eu sentia, mas não conseguia dizer.
Ficamos assim por longos minutos, até que a gente notou que havia começado a escurecer.
- O que você faria se eu te jogasse no mar ? - ele perguntou, sussurrando em meu ouvindo.
- Provavelmente, eu te mataria quando saísse dele.
- Hum... - ele fingiu pensar - Acho que vou correr o risco.
Fomos para a superfície e ficamos ali, abraçados olhando para a lua.
- Eu quero me casar na praia e de noite. - ele falou do nada.
- Eu sempre quis me casar de dia, em uma casa com ou jardim bem bonito e grande. Ou então na igreja.
- Então nós temos um problema.
- Como assim ?
- Vamos ter que chegar em um acordo. Você quer uma coisa e eu quero outra. - ele disse, enquanto saíamos do mar.
- Um de nós vai ter que ceder. - falei pensativa.
- Essa pode ser você. - ele disse rindo e eu o encarei de cara fexada - Ah, vai Bia. Pensa só, nosso casamento, em uma praia linda como essa, com a lua nos abençoando...
- É, pode ser legal. - falei indiferente.
- Aí a gente vai morar em uma casa grande. - ele começou.
- Na praia...
- Com um quintal enorme para os nossos seis filhos brincarem.
- Quantos filhos, Harcourt ? - perguntei assustada.
- Seis, quatro meninos e duas meninas.
- Tá pensando que eu sou o quê, Harcourt ? Uma coelha ?
- Não, minha futura esposa. Sorte sua que eu desisti do meu sonho de ter um time de futebol.
- Ok, se você ainda quisesse ter um time de futebol teria que arrumar outra mulher para casar. - falei rindo.
- Quantos filhos você quer ter então, Senhorita sou-boa-demais-para-ter-muito-filho-e-estragar-meu-corpo ?
- Um menino e uma menina. De preferência, gêmeos. - meu olhos brilhavam. Aposto.
- Só dois ? - ele pergunto
- Que só, mané só. Dois está ótimo, amor.
- Daqui a oito anos, no dia que eu te conheci, eu vou te pedir em casamento.
- Daqui a oito anos ? Quer me enrolar tanto assim é Kurt ? - fingi indignação.
- Não, eu me lembro de ter ouvido você falar para a Paula que queria casar com 25 anos. Daqui a oito anos você vai ter 25. Vai ser perfeito.
- Isso é uma promessa, amor ? - perguntei de brincadeira.
- Pode apostar que sim.
- Olha que eu posso cobrar. - ele riu, seguido de mim.
- Nem vai precisar. Eu vou ser famoso com a minha banda, vou ter milhares de fãs e vou te pedir em casamento no show mais lotado que a gente fizer, na frente de todo mundo. Aí todo mundo vai saber como é grande o meu amor por você.
- Você. Não. Existe. - falei meio a selinhos, que logo viraram um beijo de verdade.
- EU AMO VOCÊ, BIA ALMEIDA. - ele berrou do nada, enquanto íamos embora.
- EU AMO VOCÊ, KURT HARCOURT. - repeti seu ato - PARA SEMPRE E SEMPRE.
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