domingo, 31 de outubro de 2010

O melhor sonho. Capítulo 2. parte 6

Verona, Itália.
Existe cidade mais bonitinha que essa?
É claro que tudo estaria melhor ainda se eu estivesse com o meu namorado aqui, além de ser uma cidade super romântica - que eu estou apreciando sozinha -, eu tenho que dividir meu irmão com a minha amiga (e vice-versa) e ainda presenciar os seus amassos constantes. Do tipo, eu estou em algum lugar e segundos depois começo a escutar barulho de beijos. Eles se agarram e esquecem completamente da minha presença. Ah, claro. Também esquecem que estão em local público.
Não é que eu não esteja feliz pelos dois, eu estou e muito, mas ter que passar tanto tempo longe do Kurt e ainda ter que segurar vela não é tão legal assim.
Quase duas semanas se passaram desde daquele dia em Los Angeles, as dores permaneceram por uns dois dias, mas depois passaram também. Não conversei com a minha mãe sobre isso, a única fonte experiente de conselho que eu tinha era a Paula e ela pegou esse lugar que as pessoas insistem em dar para os pais. Será que ninguém pensou o quão incômodo isso pode ser para alguém? Eu vou chegar e falar o quê? Oi, mãe. Tudo bem? Então, lembra do Kurt? É aquele meu namorado, perdi minha virgindade com ele, não é legal? Não. Definitivamente não.

- Pelo amor de qualquer coisa! Será que vocês poderiam se conter só um pouquinho? - pedi, vendo a Paula e o Luc começando a se agarrar de novo - Eu estou com saudades do meu namorado e vocês ficarem me fazendo de vela não ajuda nem um pouco.
- Para de reclamar, Bia. - Paula falou, bagunçando meu cabelo.
- Para de reclamar, vírgula. Queria ver se você estivesse no meu lugar. - bufei.
- Então você queria estar no lugar dela me beijando, amorzinho?
- Luc, meu amor. - cheguei perto dele e apertei sua bochecha - Você sabe que eu te amo, mas tentar imaginar ou pensar na possibilidade de nós dois nos beijarmos é terrivelmente nojento. - dei um tapinha fraco no rosto dele e voltei a andar.
- Você está tão chatinha hoje, fofinha. - Paula comentou, cruzando seu braço no meu.
- É a saudade. E a solidão.
- Blá, blá, blá. - Luc disse, enquanto eu cruzava o meu outro braço no dele - Vamos logo, se não a gente não chega no centro hoje.

E assim, nós fomos em direção ao lugar que eu mais quis ver em toda a minha vida. Ok, em parte dela.
Paula, eu e Luc, de braços dados. Yupi, eu era - oficialmente - uma vela.

Já comentei, por acaso, que um dos meus livros favoritos é Romeu e Julieta de William Shakespeare?
Pois então, ele é. Uma história de amor linda, totalmente inspiradora se você for levar para o lado que diz 'Nunca desista daquilo que ama', mas eu sempre achei a Julieta uma idiota. Quero dizer, ela foi idiota o bastante para deixar se apaixonar pelo inimigo e ainda por morrer por ele. Por céus, como alguém se aproxima de algo do qual tem que se manter afastada? Tudo bem, que na primeira vez ela não sabia quem ele era. Mas e depois?
Uma coisa que eu sempre quis mudar nessa obra era o final. Às vezes me dava uma vontadezinha de reescrevê-lo.
Não poderia ser um conto de fadas normal, onde tudo acabaria bem e feliz? Os dois se amavam e aquela rivalidade de família acabou com tudo, até com a vida deles. E, poxa, isso é revoltante.
Mas o fato é: A gente sempre quer o que não pode ter.
Isso acontece comigo, quer dizer, sempre acontecia.
Eu queria o Kurt. Eu tenho o Kurt. Isso é bom.

Nós demoramos para chegar um pouquinho ao lugar que eu queria, o Luc teve a maravilhosa ideia de voltar a pé de Castel d'Azzano (uma cidadezinha que faz fronteira com Verona). E você pode colocar altas doses de ironia aqui.
Meus pés já estavam doendo, eu não via a hora de poder tirar toda aquela roupa, tomar um banho e ir dormir. Eu já estava começando a reclamar com o Luc, quando eu vi aquilo que eu queria ver desde que cheguei ali.
No centro da cidade existe uma vila onde, pelo que conta a história, Julieta morava. Esse é um dos lugares mais visitados da cidade. E eu estava ali, encarando e lendo cada papelzinho, com uma folha rosa cortada em um quadrado.
Eu estava no Balcão de Julieta.
E estava estupefata com a sensação que tudo ali causava em mim.

Fiquei encarando aquilo tudo tempo demais, já havia passado das oito horas, quando o Luc e a Paula me chamaram para ir embora.
Cheguei na casa dos meus pais - que era surpreendemente aconchegante - e subi direto para o quarto onde eu estava e fui tomar um banho. Pensando na vida, pensando no Kurt, pensando em tudo, saí do banheiro com os dedos enrugadinhos, igual aos dos velhinhos.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o meu amorzinho, sem me importar com o fuso horário.

Queria você aqui comigo :| Estou te esperando no Skype e eu amo muito você. Sua Bia. xx

Fiquei encarando a tela do notebook do meu pai - sim, eu tive que pegar o dele por não ter nem pensado em levar o meu - e fiquei encarando a foto do plano de fundo dele. Eu, ele, a mamãe e o Luc - no natal. Quem via assim pensava que a gente era uma família bastante unida. Doce ilusão. Mas não vou pensar muito nisso. Sai daqui tristeza que eu estou feliz.
Não demorou mais de cinco minutos para o Kurt entrar, mas isso pareceu uma eternidade para mim.

- Amor, que saudade de você. Como tá tudo aí? - ele perguntou.
- Estaria tudo melhor se você estivesse comigo. - falei fazendo bico e ele deu uma risadinha fofa.
- Eu sei que você não vive sem mim.
- Eu nunca tentei viver sem você para saber como é, sabe... - dei um sorriso.
- Acho muito bom que você não tente.
- Mas como vai tudo aí? Como vocês foram de Natal e tudo mais?
- O Natal foi normal, típico Natal da família Harcourt. A Flora e a Ana ficaram um pouco aqui e todo mundo vinha me perguntar 'Tá solteiro, Kurt?' 'Ficou pra titio, cara?' 'Onde está sua namorada?' 'Por que ela não está aqui com você?' 'Ela não deve nem te aguentar mais, viu?' 'Não tem nem um ano e ela já está fugindo de você.' - ele começou a falar, tentando fazer vozes diferentes para cada frase.
- Aw, tadinho de você, meu amor. - falei entre risos fracos.
- Para você ver o que eu sofro.
- E as gravações? - perguntei e ele riu da minha animação.
- Nosso CD vai ser o melhor de todos, você vai ver! Agora a gente não está gravando muito por causa desses feriados de fim de ano, mas depois a gente vai trabalhar muito.
- As minhas músicas vão entrar?
- Só uma. - ele falou, com um tom de pesar.
- Qual? - pedi, torcendo para que fosse a segunda.
- A When You Look Me In The Eyes.
- AAAAAH, QUE LINDO. - gritei feliz - E vai ter dedicação para a Biazinha aqui, não vai? Diz que vai, diz que vai.
- Claro que vai. Você acha... - ele foi interrompido por alguém que entrou em seu quarto semi-nu.
- GATINHA, QUE SAUDADE DE VOCÊ. POR QUE VOCÊ SEMPRE PROCURA O KURT PRIMEIRO? NOSSO CD VAI SAIR PRO MEIO DO ANO, A ANA VAI VIR AQUI. COMO ESTÁ TUDO Aí? FALA COMIGO! - Thiago destrambelhou a falar.
- Se você me deixasse falar eu falaria, né gatinho. Estou com muita saudade de você também, eu não procuro o Kurt primeiro sempre. - falei.
- MENTIRA. - os dois gritaram juntos.
- Idiotas.
- Você tem que me procurar primeiro porque eu sou o seu namorado, oras.
- Mas eu sou o melhor amigo dela, Kurt.
- Mas antes disso você era meu irmão. Não ficaria legal minha namorada ligar pra você antes.
- Ela liga para quem ela quiser, na hora que ela quiser.
- Por isso ela ligou para mim.
- HEY, VOCÊS DOIS. EU AINDA ESTOU AQUI. - falei, tentando tirá-los da mini-discussão que estavam tendo - Da próxima vez eu não ligo para ninguém então.
- Desculpa. - eles falaram juntos e eu bocejei.
- Que horas são aí?
- Sete e pouco. - Thiago respondeu.
- E aí? Vai dormir, amor. - Kurt falou, ao me ver bocejando de novo.
- São duas e pouco. Tô um pouco cansada de hoje.
- Você fez o que? - Kurt.
- A gente foi em uma cidadezinha aqui perto e o Luc quis voltar andando a pé. Depois a gente foi no Balcão de Julieta. - tentei sorrir.
- Aquele lugar aonde os casais colocam papeis apaixonados? - Thiago.
- Sim, lá é lindo.
- E você colocou alguma coisa nossa? - Kurt.
- Aham. - balancei a cabeça, não me aguentando de tanto sono.
- O quê?
- Eu não vou falar. Você vai ter... Ter que vir aqui um dia para ver.
- Você podia ter colocado um papel pra mim e pra Ana também, gatinha. - ele disse, aparentemente, triste.
- Não daria certo. - outro bocejo.
- Amor, vai dormir. Amanhã eu falo com você de novo. - ele me disse.
- É, pequena. Você tá morrendo de sono mesmo.
- Ok, amores da minha vidinha. Por que o Joey não está falando comigo também?
- Ele saiu com a Flora. - Thiago falou e Kurt deu de ombros.
- Manda um beijo para ele tá? E outro para o sr e sra Harcourt e um bem grandão para o Frankie. Fala para as meninas que eu estou morrendo de saudades delas.
- Faremos. - eles falaram juntos.
- Eu amo muito vocês, tá?
- Eu amo você, gatinha.
- Eu te amo muito, amor.

Nem esperei o notebook desligar direito e deitei na cama, morrendo de sono e de cansaço.
Adormeci com a imagem daquele papelzinho que eu havia colocado na parede do Balcão de Julieta rondando meus sonhos.

Kurt Harcourt & Bia Almeida
Forever ♥

O melhor sonho. Capítulo 2. parte 5

- Kurt Harcourt, para onde você está me levando ? - perguntei, assim que percebi que nós estávamos saindo da cidade.
- Você já arrumou suas coisas para amanhã ? - ele perguntou, ignorando minha pergunta.
- Tudo pronto, é só chegar em casa, jogar o celular na bolsa e tchau Texas. - falei dando de ombros.
- Você trouxe seu celular, amor ? - afirmei, balançando a cabeça - Desligue-o, então.
- O quê ? - perguntei confusa.
- Desliga o celular, Bia.
- Mas o Luc vai ficar preocupado comigo.
- Mas o Luc sabe para onde eu vou te levar. - ele revidou.
- Não acredito que ele não me contou. Aposto que para a Paulazinha dele sabe. Por isso que a anta não me perguntou nada e ficou sorrindo que nem uma idiota pra mim. - falei em um tom revoltado.
- Eles não queriam estragar minha surpresa, agora você pode, por favor, parar de reclamar ? - ele pediu, olhando em meus olhos, enquanto esperava o sinal abrir. Sorri de uma forma travessa.
- Só se você me contar para onde a gente vai.
- Ah, Bia. - ele revirou os olhos e voltou a prestar atenção no caminho.
- Vai, Kurt. Por favor, eu nem estou perguntando o quê a gente vai fazer lá, só quero saber o lugar. - dei um beijinho em sua nuca, fazendo com que ele se arrepiasse.
- Isso é jogo sujo, Bia. - ele bufou - Tudo bem, eu falo. Nós vamos para Los Angeles, ponto final.
- O QUE ? LOS ANGELES ? - berrei, assustada.
- Sim, Los Angeles.
- Mas são cinco mil quilômetros até lá, meu amor. A gente vai perder o dia todo no carro.
- São só 2.014 km, não seja dramática nesse momento, meu amor. - ele falou.
- Espero que valha muito a pena. - falei, frisando o muito.
- Valerá.

Por mais incrível que pareça, a viagem passou rápido. Mais rápido do que eu esperava, pelo menos.
Nós chegamos em Los Angeles no fim da tarde e o Kurt me levou para ver o pôr-do-sol perto das colinas do letreiro de Hollywood, o que foi completamente incrível, devo dizer. Ficamos conversando durante um bom tempo por lá, falamos sobre o quanto ele está ansioso com o contrato que assinou com a gravadora do Zach, sobre esses feriados de fim de ano (que são os melhores, na nossa opinião) e sobre a minha ida para a Itália. Às vezes, nós ficavamos em silêncio, apenas curtindo a paisagem e concentrados no som da respiração do outro.
Um pouco depois das oito, nós fomos lanchar no McDonald's - já que nenhum dos dois estava aprensentável o bastante para jantar em um dos restaurantes da famosa Beverlly Hills -, enquanto caminhávamos de volta para o carro, vimos uma daquelas máquinas de foto instantânea, puxei o Kurt em direção da mesma e fiz com que ele pagasse para tirarmos fotos. Ele não queria pagar $8,00 por quatro fotos, mas acabou pagando de tanto que insisti. Qual é, o cara é meu namorado. Tem que satisfazer minhas vontades.

A primeira foto que a gente tirou não poderia ter sido mais típica. Nós dois nos beijando, eu com a minha mão em seu cabelo e ele com a dele em meu rosto. Na segunda, eu me sentei em seu colo e nós dois sorrimos, tiramos mais uma fazendo careta e a última foi igual a terceira, por insistência dele. Depois que nós saímos da cabine, ele pegou o negocinho comprido de fotos e dividiu entre nós dois. As duas primeiras foram minhas e as duas últimas dele.

- Agora eu vou dar o seu presente. - ele me falou sorrindo, assim que entramos no carro. O que me lembrou algo.
- Não sabia que você tinha um conversível,
Harcourt.
- Não tinha até o meu padrinho me emprestar o dele, Almeida. - ele falou no mesmo tom que o meu e começou a dirigir.

The moment I wake up... - uma música conhecida começou a tocar no rádio.
- Before I put on my make up... - cantei.
- I SAY A LITTLE PRAYER FOR YOU! - a gente cantava junto - While combing my hair now, and wondering what dress to wear now. I SAY A LITTLE PRAYER FOR YOU! Forever and ever, you'll stay in my heart and I will love you forever and ever, we never will part, oh how I love you, together forever, that's how it must be to live without you would only be a heartbreak for me - nós cantamos a música até o fim. Quer dizer, cantar é um modo de falar, né. Nós berrávamos e ríamos mais do que qualquer outra coisa. Fazia um tempo que a gente não se divertia tanto assim, só nós dois.

Levamos vinte minutos para chegar ao local do meu presente, eu não aguentava mais de tanta ansiedade. Quando chegamos lá, fiquei confusa. O lugar, por fora parecia um balcão ou sei lá como chamam aquilo. Parecia um estoque de loja também e era gigante. Eu não sabia o que era maior em mim, minha confusão ou a minha frustração.
Arqueei uma sobrancelha e ele foi logo me puxando para dentro. Antes de passarmos por uma cortina de plástico que tinha no começo daquilo - sabe-se lá para que - ele me pediu para tirar minhas sandálias e deixá-las em um canto qualquer.
Assim o fiz.

- Eu pensei muito sobre o que comprar pra você de Natal. - ele começou - E adimito que até o dia do nosso amigo secreto, eu não fazia ideia do que te dar.

Então, ele me puxou para o meio daquele lugar.
Então, o meu coração parou de bater por meio segundo.

O lugar era simples, iluminado por velas colocadas em pontos estratégicos, um colchão fino de casal coberto por um lençol verde claro e algumas pétalas de rosas vermelhas jogadas ao chão. Mas não foi isso o que me encantou, mas sim os floquinhos brancos que caiam - vindos de não sei onde - e que pareciam neve. Como se estivesse nevando de verdade, dentro daquele balcão.
Olhei surpresa para ele com o sorriso mais bobo do mundo.

- Você disse que queria ver neve americana. - ele falou, passando uma de suas mãos pelo cabelo - Eu sei que não...

Não o deixei terminar, quando dei por mim, nós dois estávamos nos beijando. Sua língua na minha, suas mãos em minha cintura, minhas mãos em seus cabelos. Era incrível como cada beijo que o Kurt me dava parecia único, isso me deixava atônita. Eu nunca havia sentido isso, ninguém nunca havia me proporcionado aquela sensação tão prazerosa, mas ao mesmo tempo tão pura.
E foi nesse momento que eu percebi.
Percebi que estava pronta. Percebi que tinha que ser ele. Percebi que se era para ser, seria ali.

- Eu quero você, Kurt. - falei ofegante, após partir o beijo.
- Você tem certeza ? - ele perguntou carinhoso, tocando meu rosto e deixando seu polegar em meus lábios.
- Nunca tive tanta certeza de algo antes.

Voltamos a nos beijar, calmamente dessa vez. Sentindo o gosto um do outro, apreciando o momento. Ele foi descendo os beijos para meu queixo, meu pescoço, meu colo descoberto pelo branco que usava. Kurt continuava a fazer isso, enquanto suas mãos levantavam delicadamente o meu vestido e percorria minha coxa, até chegar à barra de minha calcinha.
Dei uma pausa na sua tortura e fui abrindo sua camisa xadrez, botão por botão. Cada botão aberto equivalia a um beijinho meu, ele se arrepiava toda vez que eu fazia isso e eu adorava ver explícito o desejo que eu causava nele. Tirei sua camisa, quando terminei de fazer isso e lhe dei um beijo. Um beijo ardente, rápido, intenso que revelava todas as nossas segundas, terceiras, quartas intenções. Kurt foi me levando até onde estava o colchão e quando eu notei, ele só estava de boxer.
Dei um sorrisinho malicioso, igual ao que estava rosto dele, quando o Kurt começou a abrir o fecho frontal do vestido.
Agradeci mentalmente por ter desistido da ideia de usar a minha calcinha da Hello Kitty rosa e nenhum sutiã, para estreiar o meu novo conjunto de renda rosa bebê - com sutião sem alça e de bojo - da Vitoria's Secret.

- Você me enlouquece, garota. - ele disse, após morder meus lábios.
- Que coincidência, né.

Beijo intenso, respiração ofegante, desejo latente.
Suas mãos abriram meu sutiã em uma facilidade tremenda e a minha vergonha foi para o espaço quando senti seus lábios nos meus seios. Era diferente, era bom.
Ele foi me deitando naquela cama improvisada, enquanto puxava minha calcinha. Com a boca.
Recebi alguns beijinhos na minha virilia, no meu umbigo e no meu queixo, antes de tirar sua boxer. Ele me provocava muito, me beijava, acariciava meus seus, fazia carinho em minha intimidade. Enquanto tudo o que eu sabia fazer, era arranhar suas costas.
Era a minha primeira vez, eu não sabia o que fazer, aonde tocar e isso me deixava apreensiva.

- Se eu te machucar me diz que eu paro. - ele falou carinhoso, olhando em meus olhos.

Não respondi nada, meu corpo pedia pelo dele, implorava por aquilo.
Após ter colocado a camisinha, Kurt se posicionou no meio das minhas pernas e começou a me penetrar. A dor que eu senti, me fez moder meus lábios e arranhar suas costas, mas eu não iria pará-lo. Ele continuava com os movimentos suaves e a dor continuava ali, mas a dor aos poucos foi sendo substituída por um prazer indescritível. Quando dei por mim, já estava murmurando seu nome em seu ouvido, o fazendo arrepiar. Eu deixava me levar pela sensação de prazer e pedia para ele ir mais rápido. Kurt pegou minhas mãos que estava - agora - apertando os lençois e as entrelaçou com as suas em cima de minha cabeça, acelerando o ritmo e a intensidade das estocadas.
Que se dane a dor que eu estou sentindo agora, que se dane a dor que eu vou sentir amanhã.
Eu estava gostando e não queria que ele parasse, eu pedia para ele não parar.

Nós dois chegamos ao ápice juntos, ofegantes e com sorrisos cansados no rosto. Meu corpo estava dominado por uma satisfação que eu nunca havia sentido antes, que eu nunca pensei ser capaz de sentir.
Ele tirou a camisinha e se deitou ao meu lado, fazendo com que o meu nariz enconstasse no dele.

- Eu te amo, minha linda. - ele falou ainda ofegante.
- Eu amo você, para sempre.

Dormimos de conchinha, a respiração do Kurt batia em meu pescoço e eu me recordava de cada momento da minha primeira vez.
Era impossível descrever o que eu estava sentindo naquele momento, era um misto das mais diversas emoções.
Olhei através da pequena janela de vidro que tinha no alto de uma das paredes e vi algo que não esperava ver.
Neve americana.
De verdade.

"Boa viagem, vou contar os dias para te ter de volta. Dizer que te amo já não é mais necessário, Kurt"

Sorri após ler essa mensagem e por um momento eu esqueci o que estava acontecendo ao meu redor e da pequena dor que eu ainda sentia.

- Você e o Kurt, o quê ? - meu irmão perguntou de novo.
- Ah, para Luc. Você entendeu. - falei um pouco envergonhada.

Nós estávamos no aeroporto, esperando a nossa vez de embarcar. A maioria dos voos estão atrasados por culpa da neve.
Então aqui estou eu, sentado no chão de um aeroporto qualquer, contando sobre a minha primeira experiência sexual para o meu irmão. I-R-M-Ã-O.

- Eu já sabia que isso ia acontecer, você não tinha nenhuma intenção de virar freira. - ele deu de ombros, divertido - Só não entendi o porquê de você ficar com vergonha de mim. Fala sério, gordinha. Eu sou seu irmão. - ele revirou os olhos e bagunçou meu cabelo.
- Por isso mesmo, você é meu irmão. - ele deu de ombros mais uma vez - Garotas não deveriam contar sobre a sua primeira vez para seus irmãos. É coisa que se conta para amiga. - sussurrei em seu ouvido.
- Juro que eu pensei que você iria querer se casar virgem.
- Eu também. - a Paula, que até agora estava quieta, falou. Ela soube antes, junto com as meninas.
- Não tenho nada contra alguém que quer se casar virgem. Adimito que pensei nisso durante um bom tempo, mas eu encontrei a pessoa perfeita pra mim antes, deu vontade de fazer antes, então eu fiz.
- O Kurt é bom de cama, fofinha ? - Paula perguntou.
- Muito. - eu respondi, fazendo uma cara safada, só para irritar meu irmão. É claro que eu já havia pessado por todo esse interrogatório em casa.
- Não abusa, não quero saber como foi a primeira noite de tesão da minha irmã. Sou legal, mas nem tanto. - Luc levantou, deixando uma Bia e uma Paula risonhas para trás.

Depois de quase uma hora esperando a chamada, vinte minutos no chek in e mais quarenta minutos esperando o voo decolar, eu pude finalmente colocar os fones do meu Ipod no ouvido e tentar dormir.

Não sei quanto tempo durou aquele cochilo, mas a bateria do Ipod acabou e eu acordei.
Quer dizer, acordei, mas permaneci de olhos fechados.

- Ela está dormindo ? - escutei a Paula perguntar.
- Aham. Aposto que ela só vai acordar quando a gente chegar. - meu irmão respondeu.
- Que bom. - ela suspirou - Sabe, Luc, eu não poderia falar isso na frente da Bia, porque ela ficaria chateada comigo, mas... Você realmente está me irritando com essa super-proteção. Já se passaram dois meses.
- Um e meio. - Luc a interrompeu.
- Tanto faz. - eu estava de olhos fechados, mas podia jurar que ela havia revirado os olhos - Eu só queria que você parasse de me tratar como uma criança.
- Eu gosto de você, Paula. - ele falou, para a minha surpresa.
- Eu também gosto de você, Luc. Muito.

Houve um silêncio, longo, até que eu escutei a voz da Paula de novo. Em um tom cuidadoso.

- Se a gente se gosta... Então por que a gente não está junto ?
- Eu nunca passei por isso. - meu irmão respondeu sincero - Eu não sei o que fazer, como agir. Eu gosto de você, mas não quero te magoar. Eu não quero te ver chorar e saber que foi culpa minha.
- Se eu tiver que chorar, eu vou chorar escondido. - ela riu e ele também.
- Eu nem sei como ter isso. - Luc.
- Isso o quê ? - ela perguntou com um tom de voz confuso.
- Isso que vocês mulheres tanto prezam e chamam de relacionamento. - ele respondeu com um longo tom de deboche.
- Vou fingir que não ouvi isso, Luc.
- Mas é sério, Paula. Eu não sei o que é ser um namorado ideal. Eu não sou desse tipo, só gostei de duas meninas antes de você e as duas me deixaram mal. - ele suspirou - Foi uma escolha minha, eu acho.
- Qual escolha ? De magoar as mulheres antes que elas magoem você ? - ela disse irônica.
- Provavelmente.
- Olha só, Luc. Tudo nessa vida é questão de escolha e de coragem. Você vai se machucar, vai se arrepender, mas no fim, você vai encontrar alguém que faça com que isso tudo valha a pena. Se você não se arriscar não vai nunca saber o quanto é bom ter alguém ao seu lado, te amando, cuidando de você, querendo te ver feliz independente de tudo. Entende ?
- Mas eu tenho a Bia ao meu lado, me amando, cuidando de mim, querendo me ver feliz independente de tudo. Isso foi o bastante até agora, então vai ser o bastante para sempre também.
- Mas ela não vai ficar ao seu lado para sempre, vai ? - ele ficou quieto e a Paula continuou - Ela vai se casar um dia, ter a família dela e, por mais que ela te ame mais que tudo e todos nessa vida, ela vai ter outras prioridades em algum momento. Vocês são irmãos, não almas gêmeas que não vivem longe um do outro. - apertei meus olhos, tentando impedi-los de lacrimejar. Ela estava certa, apesar de tudo.
- Eu sei, mas tenta me entender, criatura. Isso tudo é muito novo, eu não sei o que fazer.
- O garanhão Luc Almeida não sabendo o que fazer ? Isso é novidade.
- Também é novidade o garanhão Luc Almeida estar apaixonado. Eu nunca me apaixono e olha como estou. - ele bufou - Discutindo uma relação que ainda nem começou e com medo de magoar a menina que gosta de mim.
- Porque você também gosta dela.
- Olha, Paula. - o tom de voz do meu irmão agora estava um pouco mais sério - Vamos com calma, tá ? - ele pediu.

Ela não respondeu nada, o que eu estranhei. Eles ficaram quietos por alguns instantes, até que eu comecei a ouvir barulho de beijo. Respirei fundo, três vezes, e fui abrindo meus olhos lentamente para constatar o que eu já sabia.
Eles estavam se beijando.
E eu teria achado isso tão fofo e lindo, se eles não estivessem esperado a minha pessoa ir dormir para ter essa conversa e fazer o que estão fazendo. Qual é, nem sou tão chata assim. E sim, eu estou ignorando aquele lance chatíssimo - quando não é comigo - de privacidade.
Esperei sete minutos cravados, contados no meu relógio CH e deixei minha indignação tomar conta de mim e interromper aquele momento tão esperado por ambos.

- NÃO ACREDITO QUE VOCÊS ESPERARAM EU DORMIR PARA FAZEREM ISSO !

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O melhor sonho. Capítulo 2. parte 4

- Eu não aguento mais o seu irmão no meu pé, Bia. - Paula falou, enquanto nós nos sentávamos em uma das mesas do McDonald's para lanchar.

Por conta da minha viagem e do Luc - e consequentemente da Paula - nós resolvemos adiantar um pouco as comemorações de Natal. Daqui a três dias, eu estaria na Itália. O que seria perfeito para qualquer um, menos para a Smith. O porquê é bem óbvio, o Luc está parecendo uma segunda sombra dela. Aonde ela vai, ele vai. Ele regula tudo, o que comer, aonde ir, quando dormir. Tá, eu admito que isso pode ser chato às vezes, mas a Paula tem que dar um desconto para ele. Afinal, ele só está seguindo o que a psicóloga falou. Ah, sim. Ele a convenceu a fazer isso também.

- Ele está fazendo isso para o seu bem, Paula. - Flora falou ríspida.
- Eu sei que ele pode ser chatinho às vezes, mas ele só está preocupado com você. - falei.
- E todo mundo sabe que você deveria ficar feliz com toda essa atenção. - Ana disse risonha.
- Eu sei e eu fico. - ela começou a responder manhosa - Mas todo essa atenção excessiva me irrita. Demais.

O nosso pedido chegou e depois disso, um silêncio perturbador e anormal se instalou entre nós. Ao que parecia, todo mundo tinha um problema para se concentrar e nada, eu disse nada mesmo, me tira da cabeça que o problema da Flora é o Joey. Mesmo os dois falando que tudo está bem. Mesmo que os dois estejam achando que enganam todo mundo com aqueles sorrisos amarelos.

- Já podemos ir ? - Flora pediu impaciente.
- Sim. - Ana.
- Eu não sei o que tá acontecendo com você, mas vai dar tudo certo. - sussurrei para a Flora.
- Não está acontecendo nada.
- Eu sei que está. - rebati - Mas eu não vou insistir. Quando você estiver pronta para falar, eu estarei aqui para ouvir.

Nós ficamos nos arrumando o resto do dia para o nosso amigo secreto de Natal, que vai ser feito na casa dos Harcourt. Como boa nora que sou, além de comprar o presente da pessoa que eu tirei e do meu namorado, também comprei para a Sr e Sra Harcourt. Os presentes dos demais, eu traria quando voltasse da Itália.
Me arrumei de forma simples, assim como as meninas, já que não era uma grande festa e só nós oito estaríamos lá. Uma blusa vermelha com um decote nas costas e um pouco larguinha, um short curtinho branco e rasteirinhas prata. Algumas pulseiras da Tiffany's, um brinco comprido de pedrinhas e um cordão de lacinho.
Peguei meu presente, apressei o Luc, zoei a Ana e em dez minutos nós estávamos tocando a campainha da casa dos Harcourt. Casa a qual que estava impecavelmente arrumada. Não pude deixar de reparar na árvore de natal, que estava no canto esquerdo da sala de estar, ela era imensa. Quase tocava o teto, tinha um monte de bolinhas coloridas penduradas, alguns bonequinhos do Mickey e de Papai Noel, as luzes brancas contrastavam com a espuma branca que dava uma 'aparência' de neve e deixava-a ainda mais bonita. Notando os brilhos dos meus olhos e o quanto eu fiquei maravilhada vendo aquilo, Kurt me abraçou de lado e sussurrou,
divertido, em meu ouvido.

- Cuidado para não molhar o tapete da mamãe com a sua baba.
- Idiota. - dei um soquinho em seu braço - É tão linda.
- Não é uma das melhores, nem das mais bonitas.
- Você diz isso porque tem uma árvore em casa. Nem isso eu tenho, beleza ?
- Não tem porque não quer.
- Não tenho porque ninguém vai ficar em casa. E não começa com isso.
- Ok, não está mais aqui quem falou. - então, ele me deu um selinho.
- Não acredito que eu vou embora sem ver a neve americana. - falei pesarosa e encostei minha cabeça em seu ombro.

Antes que ele pudesse responder alguma coisa, o Frankie desceu as escadas correndo e pulou em mim, fazendo com que eu quase caísse - como sempre. Entreguei os meus presentes para o Sr. e a Sra. Harcourt, um pouco antes deles saírem, que agradeceram pelo carinho.

- Estou com fome. - falei, estávamos sentados na sala de estar.
- Eu também. - Kurt.
- Três. - Ana.
- Quatro. - Flora.
- Cinco. - Paula.
- É para continuar falando os números ou a gente já pode levantar pra comer ? - Joey falou um pouquinho rude. O que nos trás de volta à teoria Joey-Flora = problema.
- Tem alguém de mau humor aqui. - Thiago - 'Bora comer, cambada.

Alguma parte louca da Ana Juli (o que significa ser qualquer pedaço daquele corpo maluco) queria que a gente começasse a trocar os presentes somente à 00:00. Então, até lá, a gente ficou comendo, se divertindo e tirando muitas fotos.

- Eu começo. - Flora falou, se colocando de pé - Eu conhecia essa pessoa à muito tempo, mas até esse ano eu não havia trocado mais do que seis palavras com ela.
- Ok, esse muito tempo me exclui. - eu disse.
- E a Ana também, por culpa do 'mais do que seis palavras'. - Thiago.
- Posso continuar ? - ela arqueeou uma sobrancelha - Enfim, até hoje eu acredito que ela foi a responsável pela minha permanência nessa querida cidade e a da Bia.
- Kurt. - Kurt falou, como se ele não estivesse falando dele mesmo.
- Joey. - sim, Joey falou. E ao mesmo tempo que ele.
- PAULA. - a Paula berrou e começou a pular.
- É A PAULA. - a Flora berrou também e começou a pular junto com ela - Espero que você goste, amiga. De certa forma, foi você que escolheu mesmo.
- Não acredito, não acredito, não acredito. - a Paula começou a falar frenéticamente, após ver a sacola da Chanel - Não me diz que é aquele vestido lindo, curto, preto, detalhadamente perfeito que a gente viu semana passada !
- Então eu fico quieta.
- AAAAAH, QUE LINDA. EU AMO VOCÊ FLORA. OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA.
- Isso porque é um vestido. - Luc sussurrou ao meu lado.
- Isso porque você não viu as crises da Ana em Genebra.
- Minha vez agora. Todo mundo prestando muita atenção em mim, beleza ? - ela falou e todo mundo ficou calado - Todo mundo sabe que esse ano que está acabando não foi um dos melhores para mim. Mas por um lado, eu devo agradecer por ter passado por ele e conquistado a amizade e o carinho de pessoas tão maravilhosas como vocês. A pessoa que eu tirei, fez com que eu descobrisse muito de mim mesma e vesse a vida de outro modo. O presente que eu comprei não é nada perto de um vestido da Chanel ou dos outros presentes, mas significa muito para mim, porque me lembra o dia que eu a conheci.
- Assim não dá pra tentar adivinhar, poxa. - Ana reclamou.
- É menina, não é ? - Luc.
- Sim.
- E em um futuro bem próxima ela vai ser a sua cunhada ? - ele perguntou de novo, com aquela cara de pau que só ele tem.
- Espero que sim. - ela disse olhando em seus olhos. E na mais perfeita inocência, sem ter a intenção de quebrar aquele clima, eu comecei a berrar.
- EU, EU, EU.
- VOCÊ, VOCÊ, VOCÊ. - Luc falou me zoando.
- Aqui, fofinha. Espero que você goste. - e então ela me entregou uma caixinha rosa média. Comecei a desembrulhar o presente e me apaixonei pelo que vi. Era um porta-jóias antigo, branco e transparente, com uma bailarina pequena que começava a dançar quanto uma músiquinha começava a tocar, toda vez que o mesmo era aberto. Ah, ela sabe que eu adoro coisas antigas, deve ter sido uma luta conseguir isso.
- Você lembra. - um sorriso imenso tomou conta do meu rosto.
- Como esquecer ? Depois de eu ter te contado todos os meus problemas com lágrimas nos olhos, você virou para mim, abriu um sorriso triste e disse "Eu queria ser bailarina, sempre achei tão linda essa forma de expressão. Mas meus pais nunca deixaram".
- Naquela época, era o meu maior sonho frustrada, poxa. - falei manhosa e todo mundo riu - Obrigada, Paula . Adorei !
- Disponha, sua vez.
- Eu achei que falar dessa pessoa seria fácil, mas agora eu estou vendo que não é. Não por eu não saber o que falar, eu sei. Até demais e é isso que me confude. Eu poderia dizer tantas coisas sobre essa pessoa, mas eu simplesmente não sei como começar. - dei uma pausa para dar ênfase no que eu falaria em seguida - Vale dizer que eu sou péssima nessas coisas, mas eu vou tentar ok ? Um, eu fiquei muito feliz por tê-lo tirado. Dois, sim é um homem. Três, eu o amo demais. Mas isso não conta muito já que eu amo demais todo mundo que está aqui. Quatro, é um dos Harcourt.
- Não sou eu, ela teria falado que a pessoa que ela tirou é o homem da vida dela. - Kurt .
- Alguém me diz como eu fui arrumar um namorado tão, mas tão modesto ? - falei em um falso tom de indignação - Mas você está certo, não foi você.
- E nem foi o Joey , porque quem tirou ele foi eu... Ops, falei demais.
- AE, ANA JULI. - todo mundo gritou - Essa brincadeira é chamada de amigo secreto, porque você não pode contar antes de chegar a sua vez. Anta. - Flora , como toda a sua sutileza, falou.
- Tanto faz, agora todo mundo sabe que ela aí tirou o meu Thiago . - ela falou dando de ombros.
- AAAAW, A GATINHA ME TIROU. - ele falou, levantando-se do sofá e vindo me abraçar. - Vamos ver o que eu ganhei, espero que tenha sido uma coisa boa.
- Eu espero, realmente, que você goste. Foi muito trabalhoso, conseguir isso. - falei, enquanto ele abria o pacote.
- NÃO ACREDITO. - ele falou todo animado - A coletânea com todos os discos originais do Elvis Costello ? Eles só fizeram quatro no mundo todo, como você conseguiu ? Cara, eu te amo mesmo.
- Acho bom amar mesmo, você não sabe a luta que foi eu conseguir isso. - falei.
- Como você conseguiu ?
- Em um site lá, eu fiquei quase três dias brigando com um tal de sougatinho1.7. - ele arregalou os olhos.
- Você era a pinkprincess91 ? - dessa vez eu arregalei meus olhos.
- Não acredito que eu gastei quase mil dólares por sua culpa.
- Não acredito que eu quase chorei por não ter conseguido algo que eu ganhei agora ! - ele falou indignado.
- O que importa é que todo mundo tá feliz e eu ainda quero saber quem me tirou. Vai logo, Thiago . - Kurt pediu.
- Todo mundo que me conhece sabe que eu detesto esse tipo de mistério, então... - ele suspirou - Eu tirei a mulher da minha vida.
- AAAH, FOI A ANA - eu gritei e ela foi toda feliz pulando em cima dele.
- Talvez eu tenha demorado um pouquinho para oficializar nosso namoro, mas antes tarde do que nunca né ? - ele falou e colocou uma caixinha branca de veludo na mão da minha prima.
- Que lindo. - ela murmurou ao ver os anéis pratas de compromisso que estavam ali. Eles os colocaram e em seguida deram um beijo bem ao estilo desentupidor de pia.
- Eu não vou falar o textinho que eu tinha preparado para você, Joey . Todo mundo já sabe. O que é uma pena, pois ele estava realmente lindo. - ela disse se achando demais - Espero que você goste do presente, gastei quase toda a minha mesada com isso.
- Uma Les Paul ? Você está realmente me dando uma Les Paul preta ? - Joey perguntou totalmente surpreso.
- Se você não quiser, me devolve, a loja aceita devoluções. - ela falou colocando uma mão na guitarra.
- Tá louca, mulher ? Sai daqui. - ele falou indo para longe dela.
- Sua vez, Joey . Olha a palhaçada. - Flora .
- Meu amigo secreto é uma pessoa muito legal. - ele anunciou e todo mundo olhou para ele com uma cara de 'anda logo' - É claro que fica um pouquinho óbvio, mas eu aturo essa pessoa desde sempre.
- KURT. - todo mundo gritou. Inclusive ele, vai entender.
- Espero que eu não me arrependa de ter te dado isso. - ele falou e entregou uma caixinha pequena.
- E eu espero que esse seu presente seja uma coisa boa e você comprove a teoria de que as melhores coisas vêm em embalagens pequenas.
- NÃO! - Thiago berrou ao ver o presente - VAI ME DIZER QUE ESSA É A CHAVE DE UMA MOTO ? KURT HARCOURT É UM PERIGO NA DIREÇÃO DE QUALQUER COISA, VOCÊ IRÁ NOS MATAR THIAGO.
- Para de drama, Thiago . - Kurt falou - Valeu, Joey . - eles se abraçaram.
- Tá, legal. Agora sou eu. - ele começou a falar - Só sobraram duas pessoas, então eu acho que fica um pouquinho óbvio. Só digo uma coisa, na primeira vez que eu vi essa pessoa, os meus sentimentos em relação a ela foram de raiva, inveja, medo e...
- VOCÊ TIROU O LUC, AW. - eu berrei.
- Nem me deixou terminar, que coisa. Mas foi ele sim. - ele falou um pouco sem graça, enquanto meu irmão andava em sua direção. Eles deram um toquinho estranho lá e o Luc abriu o presente. Um relógio bonito, o qual eu não pude ver a marca, que parecia ser de prata com alguma coisa cravejada.
- Quem adivinhar a pessoa que eu tirei vai ganhar mil dólares. - ele falou ironicamente - Sabe, foi muito bom ter ficado por último, assim eu não preciso falar as palhaçadinhas que sempre falam. Desculpe, Flora . Não preparei nada, mas espero que você goste do presente. - ele lhe entregou a caixinha da Tiffany's.
- Se é da Tiffany's eu já gostei, meu caro Luc. - ela falou após tê-lo abraçado.
- Se for o que eu estou pensando, Luc, você vai voltar amanhã naquela porcaria de loja e comprar uma igualzinha para mim. - falei entredentes.
- QUE LINDA. - Emma berrou e meu olhar foi de encontro ao seu presente. Justamente o que eu pensava. Uma pulseira de prata, nem muito fina ou muito grossa, com um pingente de estrela transparente de cristal. Simples, mas extremamente delicada e bonita.
- ISSO NÃO É JUSTO, LUC. Só porque eu falei que tinha gostado dessa pulseira você comprou para a Flora ? Que sacanagem.
- Não adianta chorar, fofinha. Essa pulseira agora é minha. - ela me mandou um beijo debochado e eu me sentei emburrada, ainda fuzilando meu irmão.

É claro que essa minha birra só durou até a hora de dormir.
Até porque, é muito difícil você ignorar alguém que chama de irmão e que dorme na sua cama por uma bobagem dessas.


- Bia , eu preciso de outra mala. - Luc pediu.
- A menos que você queira usar uma das minhas malas rosas, vá comprar. - falei, enquanto coloca meus últimos pares de sapato na mala.

O Kurt havia sumido o dia todo sem dar notícia, o que me deixou bastante chateada. Afinal, eu estaria embarcando para Itália no dia depois de amanhã e pensei que ele gostaria de passar o tempo todo comigo. Fiquei pensando sobre assunto durante longos minutos, até que o meu celular vibrou em cima da cama, indicando mensagem.
'Esteja pronta para ser sequestrada amanhã, às cinco horas da tarde. Ainda preciso te dar meu presente de natal e você não faz ideia do que será. Eu te amo, sempre. Seu Kurt '
Eu sabia que iria acontecer alguma coisa especial naquela pseudo-sequestro.
Só não sabia o quanto especial seria.



O melhor sonho. Capítulo 3. parte 3.

- Cadê ela ? - perguntei assim que avistei meu irmão em um dos corredores do Hospital.
- Está descansando, o médico pediu para esperar um pouco aqui. - ele falou e eu pude perceber o quanto acabado ele estava.

Os cabelos do Luc estavam bagunçados e sua blusa social com os três primeiros botões abertos, me aproximei dele ignorando o fraco cheiro de álcool que emanava de suas roupas e o abracei. Senti minhas lágrimas quentes correrem pelo meu rosto, enquanto ele me abraçava.
Nós dois estávamos nos sentindo culpados, isso era fato. Tanto eu quanto ele sabíamos que ela não estava bem, mas ninguém pensou que a Megan chegaria a esse ponto.
Quero dizer... Tentar suícidio ? Como assim ?

- Bia ? - Kurt me despertou dos meus pensamentos e me tirou dos braços do Luc.
- Oi ? - murmurei.
- Acabaram de avisar que a Paula já pode receber visita.
- Então o quê a gente está esperando ? Vamos logo ! - falei impaciente.
- Só pode entrar uma pessoa por vez.
- Eu vou. - falei e, sem esperar a opinião de ninguém, comecei a seguir a enfermeira até o quarto.

Aquele corredor branco com detalhe verde água estava me dando nos nervos. Passamos umas dez portas e aquilo tudo parecia não ter fim, até que aquela mulher ranzinza que me acompanhava parou em frente à uma porta branca com o número 221. Meu coração disparou e eu suspirei, fracamente, antes de abrí-la.
A Paula estava pálida, vestindo aquela roupa branca de hospital e tomando soro na veia. Meu coração ficou esmigalhado ao ver minha amiga daquele estado e saber que isso poderia ter sido evitado piora tudo. Antes de falar com ela, o médico conversou um pouquinho comigo sobre o seu caso. Ao que parece, ela tomou uma série de remédios e acabou tendo uma overdose, se o meu irmão não tivesse chegado a tempo, ela estaria morta. E eu não conseguia nem pensar no que faria se isso tivesse acontecido.
Ele pediu que nós não a deixassemos sozinha em hipótese alguma nos próximos três meses e que passasse a se consultar com um psicólogo. Ok, todo mundo sabe que a última coisa vai ser um pouco difícil de acontecer, tendo em vista que a Paula sempre falou "Quem vai a psicólogo tem problema na cabeça, não é sinônimo de ter dinheiro. Significa que você é o maluco o bastante para pagar mais de duzentos reais e ficar falando para um desconhecido sobre a sua vida, mais vantagem falar com um espelho. Ele te ouve, não te responde e é de graça."

- Quando ela vai receber alta ? - perguntei.
- Amanhã, é melhor deixá-la aqui hoje caso haja alguma complicação.
- Tudo bem. - desviei meus olhos dele e encarei a Paula. Não pude deixar de perceber uma espécie de curativo em seu pulso. - O que aconteceu com o pulso dela ?
- Ah, claro. - ele pareceu ter entendido minha confusão - Sua amiga tentou se matar.
- Eu sei, o senhor falou. Overdose de remédios, mas o que isso tem haver com o pulso dela ? - perguntei mais confusa ainda.
- Antes dos remédios, ela tentou cortar os pulsos. Pelo menos foi isso o que ela nos contou. - eu o encarei perplexa - Foi por isso que eu te aconselhei a procurar um psicólogo, senhorita Almeida. Sua amiga não está bem, podemos estar presenciando um caso de depressão.
- É tão grave assim ?
- Talvez sim, talvez não. - ele falou vagamente - Olha, você vai precisar ser firme pelas duas. Não a deixe se sentir culpada, muito menos sozinha. A senhorita Smith vai precisar do apoio de todos os amigos.
- Está bem. Posso falar com ela ? - pedi, ainda em choque.
- Claro. - ele sorriu.
- Obrigada.

Caminhei em sua direção, suspirando e pensando muito bem no que eu ia falar, sentei-me no meio da cama e segurei sua mão machucada. Seus olhos enxeram de lágrimas no mesmo momento que o meu.

- Hey. - sussurrei.
- Hey.
- Como você está ?
- Na medida do possível, bem e envergonhada. E você, fofinha ?
- Poderia estar melhor, né. - apertei sua mão.
- Estraguei seu dia não foi ? - a olhei e balancei a cabeça negativamente.
- Mesmo te vendo nessa situação eu não consigo parar de pensar no quão egoísta você foi. - as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto novamente - Se matar, Paula ? Como você pode ? Será que você não parou pra pensar nos seus pais ? Nos seus irmãos ? Nos meninos ? Em mim ?
- Desculpa. - ela murmurou - Eu estava cansada.
- Cansada de quê ?
- De tudo. Eu não aguentava mais olhar na cara do seu irmão, eu tinha inveja de ver você e as meninas felizes com os Harcourt e saber que eu nunca encontraria alguém daquele jeito. EU CANSEI. Eu mudei pelo seu irmão, fiz tudo que ele queria que eu fizesse, tentei ser o que ele sempre quis, mas o quê eu recebi ? Todo dia uma menina diferente, eu não aguentava mais saber que eu amava alguém que nunca iria me amar.
- Você não sabe do que está falando, Paula. - falei seca.
- Ah, não sei ? - ela me olhou debochada.
- Não, não sabe. Quem te trouxe aqui, Paula, foi ele. Quem te achou desacordada, te trouxe para essa porcaria de hospital e me ligou desesperado foi ele ! Quem está lá fora quase chorando por isso tudo é ele ! Então não venha me dizer que ele não gosta de você, porque eu nunca vi meu irmão gostar tanto de uma menina antes.
- Verdade ?
- Não, eu estou mentindo. - falei irônica - Claro que é, anta.
- Então depois disso tudo, ele não gosta mais. O Luc não vai querer uma garota problemática na vida dele, ele já tem você.
- Paula, cala a boca. - dei um tapa fraco nela.
- Me perdoa ? - ela pediu do nada.
- Você não em que pedir perdão, Paula.
- Tenho sim. Eu não tô pedindo perdão por ter tentado me matar, mas sim por não ter te procurado no momento em que eu passei a me sentir desse jeito.
- Então eu devo me desculpar por não ter te procurado quando eu percebi que você não estava bem. - confessei.
- Estamos quites, então. - ela deu um riso fraco.
- Promete que nunca mais vai fazer isso ? - pedi - Eu quero que você me procure e fale comigo, mesmo que seja por ciúmes da mim com o meu irmão. Claro que em relação a isso eu não vou poder fazer nada, mas... - dei um sorriso.
- Prometo.
- Promessa de dedinho ? - levantei meu dedo minguinho.
- Promessa de dedinho ! - nós duas sorrimos.

Nós ficamos conversando por um tempinho, era difícil olhar para ela e não lembrar do que tinha acontecido. Eu queria gritar e dizer o quanto ela foi irresponsável, eu queria falar tudo o que estava preso na minha garganta e, mais do que tudo, eu queria chorar. Mas não. Eu precisava ser forte por ela e por mim, assim como o Dr. Roosevelt falou.
Não faça com que ela se sinta culpada, eu repetia para mim mesma a cada instante.

- Meg, eu vou sair pra outra pessoa poder entrar, ok ? - eu disse, me levantando.
- Está bem. - dei um beijo em sua testa e saí.

Os
Harcourt, as meninas e meu irmão ainda estavam na recepção, me esperando. Abracei o Kurt e comecei a chorar tudo o que eu havia prendido nos quarenta minutos que fiquei lá com ela. Luc se levantou para ir ao quarto dela, mas eu o pedi que esperasse um pouco. Me acalmei e, relutante, fui falar tudo o que o Dr. havia me dito.
Não preciso dizer o quanto ele ficou abalado quando o contei o motivo da Paula ter feito aquilo, posso jurar que vi uma lágrima escorrer pelos seus olhos. Eu o abracei e sussurrei em seu ouvido palavras de conforto, as mesmas que o Kurt havia dito para mim segundos antes.

- Vamos para casa, tomar um banho.
- Não, eu vou ficar aqui, pequena.
- Eu não estou pedindo, Luc. - falei séria - Vamos lá, toma um banho e depois você volta.
- Mas, Bia...
- Sem mas. Você veio de carro ? - ele balançou a cabeça, afirmando - Ótimo, Kurt leva a gente ?
- Claro. - ele levantou e se pôs ao meu lado. Me despedi dos meninos e da Ana, a Flora estava com a Paula.

O caminho até a minha casa foi silencioso, terrivelmente silencioso.
Kurt foi para casa dele, após me dar um beijo rápido e sussurrar que tudo vai ficar bem, Luc subiu para o meu quarto e foi tomar banho sem dizer uma palavra se quer, enquanto eu me deitei na cama ainda estupefada com tudo o que havia acontecido hoje.
Nesses momentos eu me pergunto, o quê mais poderia acontecer comigo ? Eu já não deveria ser forte o bastante para saber passar por esse tipo de situação ?
Odeio ser sensível e insegura.

- Bia... - Luc falou após eu ter me levando e sentado ao seu lado - Eu estou...
- Eu sei, eu também.
- Ainda não consigo acreditar que isso tudo foi culpa minha. - ele falou desolado.
- Eu acho que você deixou essa sua história com a Paula muito...
- Pra lá ? De lado ? Fiz com que parecesse que não tivesse importância ? - ele suspirou.
- É, você estava curtindo sem se preocupar com as consequências, mas você não deve ser culpar.
- Não ? - ele perguntou irônico.
- Não, ela é fraca apesar de tudo e nós dois sabemos disso. Eu acho que ela viu na situação de vocês uma 'desculpa perfeita' - fiz aspas com as mãos - se isso não acontecesse agora, aconteceria depois.
- Pode ser, mas... Eu tenho medo dela tentar de novo. Sei lá, eu nunca me senti assim, Bia. Eu não sei me importar com outra garota que não seja você, eu não quero me importar. - ele falou de uma forma fofa e até... Confusa.
- E por que não, Luc ? Já está na hora de você deixar alguém entrar nesse coraçãozinho lindo, gordinho. É tão bom amar e ser amado de volta, ter alguém para compartilhar alegrias e tristezas, alguém para te achar o ser mais patético e mais interessante do mundo...
- Mas eu já tenho você para isso. Você me ama, eu te amo.
- Não esse tipo de amor, Luc. - falei começando a ficar impaciente.
- Que tipo então ? - ele também já estava ficando impaciente.
- Do jeito homem e mulher, não irmã e irmão.
- Mas eu já estou acostumado com essa vida, não gosto de me prender a ninguém.
- Sua vida de pegador ? Ah, Luc, cala a boca. Eu não estou falando para você casar com ela.
- Ai de você se falasse também. Sou muito novo para isso.
- Você só namorou uma vez e, eu sei que, aquela idiota te magoou, mas por que não dar uma chance para a Paula ?
- Porque a Paula não é uma daquelas garotas que eu pego um dia e não procuro nunca mais. Ela é legal, apesar de tudo, e gosta de mim. Eu não quero magoá-la.
- Já parou para pensar que talvez você a esteja magoando mais ainda agindo desse jeito ?
- Será ? - ele perguntou e eu dei de ombros.
- Só pensa direitinho nisso tá ? E liga para os nossos pais avisando que ela vai para gente para a Itália.
- Ela vai ?
- Vai. Não vou deixar a Paula sozinha aqui, Luc. - falei de uma forma óbvia.
- Mas ela sabe disso ?
- Saberá... - dei um beijo em sua testa e fui para o banheiro.

Tirei minha roupa da forma mais lenta que consegui, parando para analisar o meu dia. Como um dia começou de um forma tão boa, passou para um acontecimento tão ruim e acabou comigo dando conselhos amorosos para o meu irmão mais velho ?
Liguei o chuveiro e, enquanto a água gelada descia pelo meu corpo, molhando meu cabelo, deixei a minha máscara de pessoa forte cair e me entreguei ao meu choro forte, constante e agoniante.
Quem eu estava querendo enganar ?

domingo, 10 de outubro de 2010

O melhor sonho. Capítulo 3. parte 2.

Dois meses se passaram desde aquele dia na praia, hoje era o último dia de aula, o colégio estava uma bagunça danada. Metade animada pela chegada das tão esperadas férias e outra metade desesperada com a possível chance de repetir. Durante esses dois meses eu aprendi muito com o Kurt, o Luc e comigo mesma. Aprendi que o tempo não cura uma ferida, mas de alguma forma, de um jeito misericordioso diminui o tamanho dela. Eu quase não pensava mais no que havia acontecido na casa do Arthur, ele saiu do colégio sem dizer nada para ninguém, o que tornou minha permanência lá bem possível.
Sinceramente, a maioria das pessoas iria querer estragar a vida da antiga novata, que fez com que o melhor artilheiro e um dos mais populares do colégio fosse embora.

- Bom dia, meu amor. - Kurt falou, assim que me viu entrando na sala.
- Bom dia. - respondi automaticamente, enquanto me sentava ao lado dele.
- Aconteceu alguma coisa ?
- Não, eu só não dormi direito. - dei de ombros.

As aulas, milagrosamente, passaram voando. No meio da tarde, nós sete estávamos em uma pequena sorveteria perto do colégio conversando sobre o quê fazer nas férias. Quer dizer, cinco conversavam, a Paula parecia ter encontrado algo bastante interessante em seu sundae, enquanto eu a encarava. Tinha alguma coisa acontecendo com a minha amiga e eu precisava descobrir. Eu pensei que ela ia ficar feliz quando soubesse que o Luc a havia deixado ficar em casa, mas não. Ela só deu um sorriso que não engana ninguém e disse 'Que bom'. Nada tirava da minha cabeça que era alguma coisa em relação ao Luc, mas ela não me falava nada. Sempre encontrava uma maneira de fugir do assunto e isso me irritava.

- Paula.
- Oi ?
- Vamos no banheiro comigo ? Rapidinho. - ela assentiu com a cabeça e nós fomos - O quê você tem, amiga ?
- Nada, ué.
- Como nada ? Você tá aí, toda murchinha, sem ânimo nenhum...
- Eu já falei que estou bem, Bia. Que insistência. - ela disse em paciência.
- Cadê aquela Paula que vivia rindo de todos e para todos ?
- Acho que ela saiu para dar uma volta e não vai voltar tão cedo.
- Se você encontrá-la, diz que eu sinto falta da minha amiga. - deixei-a sozinha e voltei para a mesa.
- A gente só vai poder fazer alguma coisa até uma semana antes do natal. - ouvi Thiago dizer.
- Por que ? - Ana.
- O Luc falou que a gente vai gravar algumas músicas, parece que o manda-chuva dele gostou do nosso som. - Joey falou com um de 'oi, eu sou demais' e eu tive que rir.
- Para de chamar o Zach de manda-chuva, que nervoso. - disse, ainda rindo.
- Já que nós não teremos nossos namorados, podíamos fazer uma viagem de amigas né ? - Flora falou animada - Tipo, só nós quatro em Paris. Ou então no Brasil, ou na Austrália.
- Não contem comigo. - falei.
- Por que, prima ?
- Meus pais já intimaram eu e o Luc para passar o Natal e o Ano Novo com eles na Itália.
- Itália ? Mas eles não estavam na Austrália ? - Thiago.
- Mudaram de novo. - dei de ombros.
- Quanto tempo vocês vão ficar lá ? - Kurt perguntou, me abraçando.
- A gente vai uma semana antes do Natal e volta três dias antes do começo das aulas.
- Tudo isso ? - ele retrucou surpreso e eu só assenti.

Esperamos a Paula voltar e fomos embora, o Thiago deu a ideia da gente ir em um parque só para passar o tempo e a Paula prontamente negou. Não insistimos, no fundo todo mundo ali achou melhor assim. Um encontro triplo, onde a gente não precisaria se conter para não deixá-la de vela e sem deixá-la sem graça com os comentários típicos de casais.
Escolhi usar um vestidinho branco curto e simples, com uma bota preta sem salto. Já estávamos prontas, quando os Harcourt tocaram a campainha da minha casa. A Paula estava vendo Tv, então nós quatro nos despedimos dela com um beijinho na cabeça.

- Aonde está o Luc ? - Thiago.
- Ah. - suspirei - Ele saiu para uma festa ontem e ainda não voltou.
- E você não está preocupada ? - Kurt perguntou, confuso.
- Eu acho que já me acostumei com essas atitudes do Luc. - confessei.
- É, ele deve estar catando alguma piranha por aí. - Paula falou e subiu, nos deixando sem saber o que dizer.
- Bom... Vamos pro parque então ? - Flora pediu.
- Será que não vai ter problema deixar a Paula aqui ? Sozinha ? Ela me parece tão mal.
- Ela deve estar precisando de um tempo sozinha. Deixe-a, Bia. - Thiago.

Estranhei o fato deles estarem de carro, mas não comentei nada. Para mim, nós iríamos para o parquinho que tinha ali perto de casa, ficar jogando conversa fora. As meninas tão bem pensaram isso, mas pelo visto eles tinham um outro conceito para aquela tarde no parque.

- Parque de diversões ? - falei assim que me deparei com uma montanha-russa extremamente gigante.
- Sim ! Gostaram ? - Thiago perguntou animado.
- Desde que a gente não vá na montanha-russa, para mim tá perfeito. - falei.
- Você ? Com medo de montanha-russa ? - ele falou e começou a rir de mim.
- Para de rir, Thiago ! É trauma de infância. - e nessa hora Kurt olhou para mim descrente - Tá, não tem trauma nenhum, mas olha o tamanho desse bicho ! Eu vou ter no mínimo um aneurisma.
- Menos, Bia. - Flora.
- Então, aonde a gente vai primeiro ? - Joey perguntou.
- TREM FANTASMA ! - berrei animada - É trem fantasma o nome do troço ?

Ok, eu não vejo graça nisso. São pessoas vestidas de uma forma horripilante e que são pagas para ficar andando por ali e dar um susto na gente. Mas ver a cara e as atitudes da Ana Juli diante dessas pessoas era realmente demais.

- NUNCA. JAMAIS. PREFIRO A MORTE. ME SOLTEM. - minha prima berrava, enquanto nós a arrastávamos - EU NÃO VOU FUGI, CACETE.
- Soltem ela. - Thiago pediu.
- Eu vou, mas com uma condição. - opa, isso não tá me cheirando bem - Se a Bia for na montanha-russa depois.- ela disse e eu comecei a rir.
- Tá louca ? É claro que eu não vou. Você sabe o pavor que eu tenho de ir naquele troço.
- Até parece que eu não sei o porquê de você querer tanto vir nisso aqui. - ela disse debochada.
- Eu vou com você, amor. - Kurt disse, me abraçando de lado.
- Mas...
- Ela vai, galera. - ele falou, fazendo com que eu o olhasse indignada.

Esquece o que eu falei sobre a cara e as atitudes da Ana, os sustos que o Joey levava eram tão mais divertidos. O menino chegava a pular e eu me acabava de rir, no final ele estava branco e com os olhos arregalados.

- Nunca mais eu vou nisso. Nunca mais. - ele falava o tempo todo.
- Agora sua vez, querida prima. - Ana disse, enquanto se sentava no carrinho.
- Como uma coisa dessas não tem fila ? - perguntei.
- É o universo conspirando a seu favor. - Thiago disse e todos riram.
- A graça passou tão rápido que eu nem alcancei. - falei de cara fechada

Me sentei ao lado do Kurt e segurei fortemente sua mão. Mas quando eu digo fortemente é fortemente mesmo, a ponto dele reclamar de dor. Os carrinhos começaram a subir e ao mesmo tempo eu comecei a gritar, eu estava vendo a morte, tipo aquela menina do Premonição 3, só que ao contrário dela eu via a minha morte. Que estava prestes acontecer.

- Respira, amor, respira. - Kurt me abraçava e tentava me acalmar.
- Da próxima vez que vocês me forçarem a fazer isso, eu mato um por um. - falei em um fio de voz. Eu estava praticamente roca. E sim, de tanto que gritei.
- Mata nada. - Thiago.
- Mato sim.
- Não.
- Sim.
- Não começa vocês dois. - os outros quatro falaram.
- Mas a gente nem fez nada. - eu e Thiago murmuramos.

Depois da Flora ter andado no carrosel, do Kurt no carrinho de bate-bate e de eu ter comprado meu algodão doce rosa, cada um foi para um lado com a sua namorada. Kurt me levou para onde ficavam os pedalinhos. Nós (lê-se eu) escolhemos um patinho rosa super fofo e ficamos pedalando em círculos por mais de vinte minutos.

- Que lindo o pôr-do-sol.
- Lindo mesmo.
- Mas você nem o está vendo, Kurt.
- Acredite o que eu estou vendo é muito mais bonito.
- O quê você... - me virei para ver sobre o que ele estava falando e percebi que ele estava olhando para mim. Corei.
- Você fica tão fofinha corada.
- Fofinha ? - fiz uma careta.
- Aham. Minha fofinha. - ele deu um beijinho em meu pescoço, me fazendo arrepiar - Minha gatinha. - mordeu minha orelha - Meu anjo - me deu um beijo na testa - Meu amor. - um beijo demorado na bochecha. - Minha vida. - e beijou a minha boca.

Era um beijo cheio de ternura e desejo. Ele sempre me surpreendia com seus beijos, por mais que nos beijássemos (e acredite a gente fazia muito isso), os nossos beijos eram sempre diferentes... Melhores.
Ficamos assim por mais um tempo, quando decidimos procurar os outros para ir embora. Já estava escurecendo e um vento frio tomava conta do local.

- Podemos ir ? - perguntei e todos assentiram com a cabeça. Nesse momento o celular do Kurt começou a tocar.
- Alô ? ... Sim, estou com ela... Deve ter deixado em casa... Quer falar com ela ? - então ele esticou o celular para mim e falou - É o Luc, ele parece bastante preocupada.
- Oi, amorzinho. - falei.
-- Onde você está ?
- Eu estava em um parque de diversões, já estou indo para casa. Por que ?
-- Não vai para casa, vem para o Hospital St. Marks.
- Hospital ? O que aconteceu ? Você tá bem ?
-- Eu estou, mas...
- Mas o quê, Luc ? Você está me preocupando.
-- Por que vocês deixaram a Paula sozinha ? Ela... Ela...

Precisei de cinco minutos para conseguir me acalmar e dizer para todo mundo o que havia acontecido.

- Bia, você está deixando a gente preocupado. Fala alguma coisa. - Kurt.
- O que aconteceu ? Por que você falou sobre hospital ? O Luc está bem ? - Ana.
- O Luc está bem. - consegui falar.
- Então por que você está assim ? - Thiago.
- A Paula... Parece... Parece que ela... Ela tentou se matar.

O melhor sonho. Capítulo 3. parte 1.

"Mamãe resolveu fazer um almoço e quer todas as noras presentes, avise as meninas. Venha mais linda do que já é. E traga o Luc. Eu amo você, seu Kurt"
E pela quarta vez na semana, eu acordei com uma mensagem do Kurt. Era incrível como tudo estava perfeito desde o dia do baile.
Nós dois nos falávamos todas as noites, nem que fosse para dizer somente um 'boa noite, eu amo você'.

- Ana, Flora vocês duas podem vir aqui rapidinho. - falei sonolenta, quando me joguei no sofá da sala.
- Sim ? - elas falaram em uníssono, saindo da cozinha.
- O Kurt mandou uma mensagem falando que a sra Harcourt quer que a gente almoce lá. Sabe, almoço de família e essas coisas. - dei de ombros.
- Como ele avisa isso em cima da hora ? Preciso me arrumar, escolher a roupa, escovar o cabelo, me concentrar, estar psicologicamente preparada para... - eu interrompi o piti da minha prima.
- Calma, Ana Juli. É só um almoço, não precisa de tanto. - falei e Flora balançou a cabeça concordando comigo.
- Não precisa de tanto ? NÃO PRECISAVA DE TANTO ? Essa vai ser a primeira vez que eu vou encontrar os meus sogros depois que eles viraram meus sogros. - ela falou - E se eu me lembro bem, dona Bia, você ficou desse jeito ou pior daquela vez que foi apresentada oficialmente como namorada do Kurt.
- Desse jeito ? Pior ? Bem impossível, amiga.

Nós passamos toda a manhã ouvindo as reclamações e frustações da Ana, quando deu 13:13 os
Harcourt vieram aqui nos chamar.
A Paula não quis ir, disse que não estava se sentindo bem e preferia ficar em casa, dormindo. Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo com ela, mas decidi deixar para perguntar depois.
Eu estava vestindo uma bata, sem manga, preta e um pouco decotada, rasteirinhas e um short jeans curto. Afinal, era um dia ensolarado e quente.
Chegamos na casa da família
Harcourt e tudo estava pronto. O almoço ocorreu perfeitamente bem, passei um tempo brincando com o Frankie, enquanto o Kurt ajudava a sra. Harcourt na cozinha. A Ana estava no estúdio com o Ana e a Flora na piscina com o Joey. O Luc já havia ido embora.

- Eu tava com saudade de você, Bia. Você sumiu daqui. - ele fez um biquinho super fofo e eu tive que apertar sua bochecha.
- Ah, meu amor. Algumas coisas aconteceram comigo e eu tive que me afastar, mas agora eu estou aqui. Não vou mais sumir. - sorri e o Frankie copiou meu ato.
- Que coisas ? - ele perguntou curiosos.
- Coisas ruins, que não vale a pena lembrar.
- Mas você se machucou ? - ele perguntou com toda aquela preocupação de criança.
- Eu já estou bem, Frankie.
- O Kurt te salvou ? - seus olhos brilhavam, soltei um riso fraco.
- Aham. Ele sempre salva.
- E sempre vou salvar. - Kurt falou atrás de mim, fazendo com que eu me virasse assustada.
- Que susto, amor.
- Desculpa, não queria te assustar.
- Kurt, Kurt, Kurt. - Frankie puxava a camisa dele, tentando chamar sua atenção.
- Fala, baixinho.
- Você é o herói da Bia. - ele falou, como se contasse um segredo - Quando eu crescer, eu quero ser o herói de alguém também.
- Você vai, Frankie. - Kurt falou sorrindo.
- Hey, mas você já é meu herói. Vai me trocar por outra, little Frankie ?
- Não seja egoísta, Bia. Você já tem o seu herói. - ele falou sério e saiu.
- Espertinho ele, não ?
- Você nem sabe o quanto. - Kurt disse e em seguida me deu um selinho - Vem, vamos subir.

Sim, esse 'vem, vamos subir' dele sempre me levava para o mesmo lugar. Seu quarto.
Eu já estava até acostumada, a gente passava horas e horas conversando sobre tudo e o assunto nunca parecia acabar. E isso era uma das coisas que eu mais gostava na nossa relação, além de namorados nós erámos amigos. Bastante amigos.

- O Luc falou alguma coisa para você do que o outro cara lá achou ? - ele perguntou como quem não quer nada.
- Ele mandou o vídeo da apresentação de vocês no baile e uma demo pro Zach três dias atrás, acho que ele ainda não escutou. O Rosen é cheio de trabalho, calma aí Harcourt.
- Não consigo, estou nervoso com isso. E se ele não gostar ?
- O Zach confia muito no gosto do Luc, não foi a toa que ele o deixou tomando conta das coisas aqui. Se o Luc gostou, o Zach também vai gostar. Provavelmente.

Ele não disse nada, apenas beijou meu cabelo e continuou a fazer carinho em minha cabeça. Virei-me para o outro lado, ficando de frente para ele e comecei a fazer carinho em seu rosto. Esses nossos momentos estavam ficando cada vez mais frequentes.
Mordi seu lábio inferior de leve e dei um beijo em seu pescoço, deixando meu rosto ali, fazendo com que ele suspirasse fortemente.

- Você tem um cheiro bom. - falei enquanto dava sucessivos beijos em seu pescoço.
- Bia... - ele falou em um tom suplicante.

Eu alternava beijando seu pescoço, mordendo sua orelha e passando minha mão por seu abdômen. Eu adorava fazer com que ele ficasse arrepiado.
Cansado de minhas provocações, ele me virou e se colocou em cima de mim, colocando uma de suas pernas no meio das minhas. Sua mão esquerda segurava as minhas duas mãos no alto, enquanto a outra estava por debaixo de minha blusa, fazendo carinho em minha cintura e tocando provocantemente os meus seios, às vezes.
Eu estava arrepiada, eu estava gostando, eu queria mais.
Prendi minhas pernas em sua cintura com força, no momento em que ele colou seus lábios nos meus. Vez ou outra, ele separava nossas bocas e contornava a minha com a ponta de sua língua. Às vezes, eu fazia a mesma coisa. Minhas mãos agora livres, percorreram suas costas e parou na barrada de sua t-shirt verde clara. Comecei a puxá-la para cima, só partindo o beijo para passá-la por sua cabeça. Nós nos viramos, para que fosse possível tirar a minha blusa. Fiquei por cima dela e, consequentemente, sentada por cima de sua excitação que já estava digamos... Bem notável. Quando comecei a tirar minha blusa, Kurt segurou minha mão e pediu que eu parasse. Ele se sentou, comigo ainda sentada em seu colo, e suas mãos começaram a explorar as minhas coxas, passando por cima do short, parando um pouco no botão e o abrindo. Começou a puxar minha bata para cima, enquanto alisava as partes do meu corpo já descobertas, dando alguns beijinhos no vão dos meus seios, no meu colo e um chupão demorado em meu pescoço.
Comecei a puxar sua bermuda para baixo, deixando amostra sua boxer Calvin Klein branca. Invertemos as posições mais uma vez para que ele pudesse tirar meu short, o que foi feito com muita facilidade. Passando seus lábios sugestivamente por cima do meu sutiã de renda rosa, ele segurou a lateral da minha calcinha e começou a puxá-la para baixo, enquanto eu suspirava fortemente.
Ouvimos uma batida na porta e no segundo seguinte, todo aquele clima sumiu.

- Kurt, o Joey tá aí ? - era o Thiago. Que desgraçado.
- Não... Acredito. - Kurt murmurou baixinho e ofegante - Não.
- Sabe aonde ele tá ?
- Já viu na... Piscina ? Ele tinha ido... Ido para lá com a Flora. - ele falou, tentando não deixar sua voz ofegante muito 'visível'.
- Aconteceu alguma coisa ? Tá tudo bem com você, cara ?
- Ele só se engasgou, Thiago. Tá tudo ok agora. - falei, após minha respiração ter voltado a ficar regular.
- Desculpa. - ele murmurou.
- Por que ?
- Por isso, eu não consegui me controlar.
- Não tem porquê se desculpar, eu deixei você fazer.
- Eu não quero te forçar a nada, Bia. - ele me olhou.
- Mas você não me forçou.
- Eu sei que você é virgem e eu quero que, quando acontecer, seja perfeito.
- Estando com você vai ser perfeito. Em qualquer lugar. - falei sincera.
- Menos no carro. - ele disse divertido.
- Ew, menos no carro. - confirmei e dei uma risada.
- E quando você estiver preparada.
- Mas eu estou preparada, será que é difícil para você entender isso ?
- Opa, então já é.
- Agora não rola mais, né. O Thiago estragou o clima.
- Thiago desgraçado.
- Não fala assim, ele é seu irmão e meu melhor amigo. Se liga, cara. - falei fingindo seriedade.
- Aham, até parece que você não pensou nisso.
- Claro que não.
- Sei, finge que me engana e eu finjo que acredito. - ele falou debochado.
- Quem poderia imaginar que um dia, Bia Almeida estaria no quarto com o namorado, na casa dos pais dele e só de roupa íntima. - falei brincalhona, tentando disfarçar a timidez que tinha apoderado o meu corpo quando eu me toquei desse fato.
- E quem poderia imaginar que eu pudesse te amar tanto assim ?
- Ninguém, provavelmente.
- Vamos andar por aí ?
- Vamos caminhar na praia ? Já deve estar perto do pôr-do-sol. - pedi com os olhos brilhando.
- Ok, vou tomar uma banho frio rapidinho, aí a gente vai. - ele me deu um selinho, que eu tratei de transformar em um beijo, e foi tomar banho.

Peguei minhas roupas que estavam no chão, ao lado da cama, e me vesti. Esperei mais uns dez minutos até o Kurt sair do banho, totalmente arrumado.
Ele avisou aos pais que a gente ia sair e nem quis chamar seus irmãos para irem junto. Fomos a pé mesmo, estava um fim de tarde bom. Caminhamos alguns minutos, paramos para comprar uma casquinha e chegamos na praia (na verdade nós fomos para a parte mais escondida, mas quem se importa ?). Ele se sentou na areia, se apoiando em uma das árvores que tinha por ali e fez com que eu me sentasse no meio de suas pernas. Nós ficamos assistindo ao pôr-do-sol em silêncio, sentindo o vento em nosso rosto e aproveitando a calmaria do lugar.

Eu tinha tudo o que queria. Alguém que eu amava e que, para minha felicidade, me fazia sentir amada. Tinha meu irmão comigo, os melhores amigos que alguém poderia ter. Eu já não existia mais sem nenhum deles e só de pensar na possibilidade de perder alguém, eu me sentia triste.
Um vento frio passou, quando eu lembrei dos dias que fiquei separada do Kurt. Eu sei que o nosso namoro não é o mais perfeito de todos, mas era o bastante para mim. Durante toda a minha vida eu fui convivendo com a perda parcial de pessoas com quem eu me importava, por culpa do trabalho dos meus pais. Com isso eu aprendi que não importa o quanto algo nos machuca, às vezes se livrar dele dói mais ainda. E é por isso que eu sempre acabo voltando para o Kurt, sem me importar com os sermões da Paula ou com as indiretas da Flora. Eu o amo e isso para mim basta.
Quer dizer... Deveria bastar.

- Promete que vai sempre me amar, que a gente vai ser para sempre, que ninguém vai nos separar ? - pedi em um sussurro.
- Eu prometo, pequena. Prometo com todo o meu coração. - embora não estivesse vendo-o, eu sabia que ele estava sorrindo agora
- Eu quero te fazer feliz, porque é a minha chance de ser feliz também. Ninguém nunca me fez sentir o que eu sinto por você.

Virei para trás e lhe dei um selinho demorado, antes de começar a beijá-lo. Foi um beijo simples, mas que passou tudo o que eu sentia, mas não conseguia dizer.
Ficamos assim por longos minutos, até que a gente notou que havia começado a escurecer.

- O que você faria se eu te jogasse no mar ? - ele perguntou, sussurrando em meu ouvindo.
- Provavelmente, eu te mataria quando saísse dele.
- Hum... - ele fingiu pensar - Acho que vou correr o risco.
Fomos para a superfície e ficamos ali, abraçados olhando para a lua.

- Eu quero me casar na praia e de noite. - ele falou do nada.
- Eu sempre quis me casar de dia, em uma casa com ou jardim bem bonito e grande. Ou então na igreja.
- Então nós temos um problema.
- Como assim ?
- Vamos ter que chegar em um acordo. Você quer uma coisa e eu quero outra. - ele disse, enquanto saíamos do mar.
- Um de nós vai ter que ceder. - falei pensativa.
- Essa pode ser você. - ele disse rindo e eu o encarei de cara fexada - Ah, vai Bia. Pensa só, nosso casamento, em uma praia linda como essa, com a lua nos abençoando...
- É, pode ser legal. - falei indiferente.
- Aí a gente vai morar em uma casa grande. - ele começou.
- Na praia...
- Com um quintal enorme para os nossos seis filhos brincarem.
- Quantos filhos,
Harcourt ? - perguntei assustada.
- Seis, quatro meninos e duas meninas.
- Tá pensando que eu sou o quê,
Harcourt ? Uma coelha ?
- Não, minha futura esposa. Sorte sua que eu desisti do meu sonho de ter um time de futebol.
- Ok, se você ainda quisesse ter um time de futebol teria que arrumar outra mulher para casar. - falei rindo.
- Quantos filhos você quer ter então, Senhorita sou-boa-demais-para-ter-muito-filho-e-estragar-meu-corpo ?
- Um menino e uma menina. De preferência, gêmeos. - meu olhos brilhavam. Aposto.
- Só dois ? - ele pergunto
- Que só, mané só. Dois está ótimo, amor.
- Daqui a oito anos, no dia que eu te conheci, eu vou te pedir em casamento.
- Daqui a oito anos ? Quer me enrolar tanto assim é Kurt ? - fingi indignação.
- Não, eu me lembro de ter ouvido você falar para a Paula que queria casar com 25 anos. Daqui a oito anos você vai ter 25. Vai ser perfeito.
- Isso é uma promessa, amor ? - perguntei de brincadeira.
- Pode apostar que sim.
- Olha que eu posso cobrar. - ele riu, seguido de mim.
- Nem vai precisar. Eu vou ser famoso com a minha banda, vou ter milhares de fãs e vou te pedir em casamento no show mais lotado que a gente fizer, na frente de todo mundo. Aí todo mundo vai saber como é grande o meu amor por você.
- Você. Não. Existe. - falei meio a selinhos, que logo viraram um beijo de verdade.
- EU AMO VOCÊ, BIA ALMEIDA. - ele berrou do nada, enquanto íamos embora.
- EU AMO VOCÊ, KURT HARCOURT. - repeti seu ato - PARA SEMPRE E SEMPRE.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

eae.

Bom, por não ter um certo tempo pra entrar, logo menos volto com mais posts.

domingo, 26 de setembro de 2010

Como prometido.

(...) 

-Nofffa você ta arrasando! - Ana Juli disse quando descemos do carro 
-Obrigada amiga - respondi eu usava um vestido básico. 
-Vamos entrar? - ela me estendeu a mão e eu a peguei. 

-Diga ai minhas gatas - Thiago apareceu na nossa frente me abraçando e depois a Ana Juli. 
-Oi amor, onde ele ta? 
-Nossa, eu também estou bem obrigada. 
-Vai á merda, mas antes me responde, cadê ele? 
-Eu não sei, ele veio me cumprimentar e saiu pela festa hoje ta bombando. Querem dançar? 
-Eu vou beber. - saí em direção a um balcão e peguei um smirnoff. 
-Oi gata! - Zach apareceu do meu lado.-Quer dançar? 
-Vamos! - não pensei duas vezes,olhei mais uma vez em volta e não o achei decidi então fui dançar com Zach, fui dançar não transar. Já estava passando da minha décima smirnoff e eu já dançava que nem uma doida bêbada,mas eu não estava, ficar bebada fácil não é comigo cara, preciso é de 2 litros pra essa proeza. n 
-Vou buscar mais uma! - falei indo em direção ao balcão,quando eu avisto aquela silhueta que eu tanto queria ver. Me aproximei dele e me coloquei minhas mãos sobre o balcão, ele segurava uma garrafa de cerveja que não aparentava ser sua primeira. - Afogando as magoas,Kurt? 
-Até você - ele se virou para ir embora, mas eu o segurei pelo braço 
-Hey espera, eu vim aqui pra ti ajudar, não te criticar. 
-E você ajuda alguém a não ser você garota? 
-OUTCH!Pensei que a sem sentimento nessa conversa era eu, mas você tratar uma mulher assim é novidade. 
-Você não me conhece. 
-Você é que não me conhece. 
-Eu sei muito bem o joguinho que você faz e eu não vou cair nele. 
-Certeza? - eu me aproximei dele colocando uma mão de cada lado de seu corpo e sussurrei no seu ouvido: -Quer dançar, Harcourt? 
-Cl-Claro!- eu o puxei pelo colarinho e o arrastei até a pista de dança e juntei nossos corpos dançando de um jeito sexy,dançávamos ao som de Ayo Technology. 
-Aposto que você ta doidinho pra me beijar? - falei no seu ouvido. 
-Não se acha garota, você não é pra tanto. 
-Ah é - fui beijando de seu pescoço e subindo até o lóbulo da sua orelha o merdendo - E agora? 
-Você vai ter que fazer melhor do que isso. 
-ARGGHH! - me soltei dele e sai da pista de dança com muita raiva, fui em direção a cozinha, senti um puxão na cintura e fui empurrada na parede com violência- Mas que porr...-nem pude terminar a frase meus lábios foram selados pelo os de alguém,fiquei meio que assustada, mas não resisti ao beijo já que havia me prendido, o Kurt.Demorei mais ou menos 5 minutos naquele beijo só separei nossos lábios pedindo por um ar abri os olhos em seguida - Tu só pode ta tirando uma com a minha cara?! Que porra foi essa? 

-Um beijo. 
-Tudo bem agora me solta - eu tentei me afastar, mas ele era muito mais forte. - dá pra me soltar ou ta difícil? 
-Tá difícil, agora que você me provocou agora vai ter que agüentar. 
-Do que você ta falando, Kurt Harcourt?
-Eu te quero como eu nunca quis uma mulher antes.-ele sussurrou no meu ouvido, um arrepio me correu pela espinha.Sorri automaticamente e o puxei pela gola da camisa escada a cima o beijando com desejo, aquilo que eu sempre sonhei estava acontecendo.Passamos por vários quartos, que por sinal estavam todos ocupados, paramos no ultimo com um pouco de receio, era o quarto dos pais dele.- eles não vai se importa se agente usar ele um pouco! - ele me agarrou pela cintura me beijando novamente e abrindo a porta com uma das mãos, pra um santo ele ta muito safado pro meu gosto. 
-Eu sei que não deveriamos fazer isso, já que não temos nada juntos... - ele disse entre os beijos, já estavamos ofegantes. 
-Você estando com a veh ou não, não importa, o que tá sendo proibido, tá sendo melhor. 
-Eu queria ter você de volta... 
- ... não quer mais?
-Quero...ahm...volta pra mim pequena. 
-Tudo bem, bobo, nunca desisti de você. -depois dessa tal novidade, voltamos a nos beijar.Ele foi me levando até a cama deixando os nossos sapatos pelo chão, me empurrou na cama com uma certa violência, se deitou por cima de mim e começou a beijar o meu pescoço; agarrei em seus cabelos puxando-os e mordendo os lábios de tanto prazer, ele puxou o zíper do meu vestido quase o arrancando e o puxou pra baixo revelando minha lingerie preta, olhou pro meu corpo de cima a baixo e reprimiu os lábios, inverte as posições e fiquei por cima dele,beijando seu pescoço e dando leves mordidas. Desabotoei sua blusa botão por botão beijando de leve cada parte do seu peitoral, ele ficou impaciente com aquilo e arrancou a blusa de uma só vez, sorri com aquilo.Ele inverteu as posições outras vez ficando por cima de mim,e me beijou descendo os beijos por meu pescoço até meus seios, ele arrancou meus sutiã o arremessando longe, distribuindo varias mordidas por meu colo, com uma de suas mãos em meu seio. Levei minhas mãos até sua calça quase arrancando o cinto e a empurrando-a com os pés, revelando sua boxer preta e o volume que eu não percebi com sua calça, ele levou suas mãos até a minha calcinha a arrancou com uma certa violência,eu estiquei um pouco a mão e consegui alcançar meu vestido, ouvi um gemido de reprovação, tirei uma camisinha(n/a: previna-se) do bolso e lhe mostrei ele fez um ‘Ahh’ e me puxou outra vez agora me beijando loucamente mordendo meu lábio inferior, eu já não agüentava mais aquele joguinho, precisava senti-lo agora. -Preciso de você agora.- ele pegou a camisinha de minhas mãos e colocou, ele me penetrou de uma só vez e eu soltei um gemido de tanto prazer, ele começou com os movimento de vai-e-vem e eu gemia de tanto prazer.- Mais, por favor,mais.... - ele me penetrou cada vez mais forte me fazendo quase gritar de tanto prazer, a cada estocada um sentimento diferente, formigamentos,arrepios, tudo que eu não senti com nenhum deles ele me fez sentir em uma só noite.- Mais, mais,mais - ele me penetrava cada vez mais forte; se inclinou e começou a me beijar mordendo meus lábios e descendo até o pescoço, dando um chupão.Segurei com força o lençol da cama sentindo que meu orgasmo estava preste a vir,o mesmo que acontecia com ele, ele me penetrou,mais uma,duas, e três senti cchegar ao nosso climax.Ele caiu por cima de mim me beijando pela ultima vez, se deitou ao meu lado e me puxou pra deitar em seu peito e nos cobriu com um lençol.Não precisávamos de palavras, não precisávamos de nada, só ficamos sentindo a presença um do outro, adormeci em pouco tempo. Acordei no outro dia sentindo o sol bater em meus olhos, olhei pro meu lado e vi Kurt deitado e dormindo que nem um anjinho, dei um selinho nele e ele não acordou, decidi me levantar sem fazer muito barulho, catei minhas roupas pelo chão e as vesti.O olhei uma ultima vez antes de sair do quarto,me lembrei da noite maravilhosa que eu tive, e desci as escadas saltitante, passei pela sala e vi varias pessoas jogadas no chão total temente bêbadas, sorri com aquilo. 


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